Por Chris Arsenault
ROMA (Thomson Reuters Foundation) - Mais de 1 milhão de iraquianos estão agora recebendo auxílio emergencial alimentar, informou o Programa Mundial de Alimentos (PMA) nesta semana.
Raed Hamdoon é uma dessas pessoas. Ele fugiu da cidade de Mosul, norte do Iraque, a pé em junho com suas quatro filhas em meio à intensificação dos combates, e buscaram refúgio na região relativamente segura do Curdistão, junto a mais de 850 mil outros iraquianos.
"Escapamos (de Mosul) porque temíamos pelas nossas vidas", disse Hamdoon em uma entrevista por email à Thomson Reuters Foundation, cuja tradrução foi feita por uma entidade de ajuda humanitária.
"Quando nós chegamos (a um campo de refugiados no norte do Iraque) recebíamos um pouco de comida, que não era suficiente para mim e minha família."
Agora, eles estão recebendo pacotes assistenciais da PMA e podem cozinhar arroz, massas e tahini.
Nem todos têm tanta sorte. Muitos foram incapazes de chegar aos campos de refugiados, onde o auxílio alimentar está disponível, e vivem perto das estradas, sob pontes ou em locais de construção.
"Em todo o país, mais de 1,8 milhão de pessoas foram deslocadas desde meados de junho e estão vivendo em condições precárias - muitas sem acesso a alimentos, água e outros itens essenciais", disse a porta-voz do PMA, Marwa Awad, em um e-mail de Arbil, capital curdo iraquiana.
O PMA acredita que 1,2 milhão de iraquianos deslocados precisem de alimentos, mas tem um déficit de financiamento de 35 milhões de dólares para cumprir essa tarefa.
O levante do Estado Islâmico, um grupo militante sunita que declarou um califado em partes da Síria e do Iraque que controla provocou uma forte reação entre potências ocidentais e alguns países na região.
A coalizão de nações lideradas pelos EUA lançou ataques aéreos contra posições do Estado Islâmico no Iraque e na Síria, mas ainda não está claro se a campanha de bombardeios resultará em uma nova onda de refugiados, ou permitirá que alguns refugiados retornem para casa.
Independentemente de como a situação militar se desenrolar, o PMA e outros grupos de ajuda disseram que as pessoas deslocadas precisam de mais ajuda.
"Eu rezo por um milagre que, dentro de seis meses ou mais, podemos voltar para casa", disse Hamdoon. "Se eu ainda for uma pessoa ainda deslocada nos próximos dois, então perderei toda a esperança no Iraque."
(Por Chris Arsenault)