Por Tatiana Bautzer e Guillermo Parra-Bernal
SÃO PAULO (Reuters) - A siderúrgica Usiminas (SA:USIM5) está negociando com bancos o refinanciamento de cerca de 4 bilhões de reais em empréstimos com vencimento nos próximos dois anos, enquanto a empresa enfrenta pressões para quitar dívidas, disseram quatro fontes com conhecimento direto do tema nesta sexta-feira.
A Usiminas entrou em contato com Itaú Unibanco (SA:ITUB4), Bradesco (SA:BBDC4), Santander Brasil (SA:SANB11) e Banco do Brasil (SA:BBAS3) para buscar um acordo efetivo imediato, disseram as primeiras duas fontes. Os bancos concordariam caso os acionistas se comprometam a injetar 1 bilhão de dólares na Usiminas, acrescentou a terceira fonte.
Mas a disputa entre os controladores Nippon Steel & Sumitomo Metal e Techint dificultou para a Usiminas levantar capital, disseram as fontes. A Usiminas vai esperar a evolução das conversas com os bancos antes de considerar uma proteção contra credores, iniciativa que a empresa pretende evitar mas que foi seriamente considerada pela Nippon Steel, disseram as duas primeiras fontes.
Uma porta-voz da Usiminas não comentou imediatamente a informação. Esforços para entrar em contato com Nippon Steel no Brasil não tiveram sucesso.
Tanto a Techint como a Nippon Steel prometeram aos bancos uma resposta sobre o aumento de capital em 17 de fevereiro, um dia antes da publicação dos resultados do quarto trimestre, disse a terceira fonte.
A agência de classificação de risco Moody's disse no mês passado que o impacto da deterioração do mercado brasileiro nas operações da empresa está tornando cada vez mais difícil para a Usiminas honrar sua dívida.
Até 30 de setembro, a Usiminas tinha dívida bruta de 8,1 bilhões de reais e caixa de 2,3 bilhões de reais.
Santander Brasil não comentou imediatamente. Itaú (SA:ITSA4), Bradesco e Banco do Brasil não comentaram.
As ações da Usiminas reverteram os ganhos de mais cedo e operavam com baixa de 1 por cento às 13:39 na Bovespa.