Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A mineradora Vale (SA:VALE3) prorrogará por mais 10 meses o pagamento de auxílio emergencial a atingidos pelo rompimento mortal de barragem da companhia em Brumadinho (MG), a partir de 25 de janeiro, quando o desastre fará um ano, informou a companhia em um comunicado nesta quinta-feira.
A prorrogação foi homologada em audiência na 6ª Vara da Fazenda Pública, com a participação dos ministérios públicos e defensorias públicas federais e de Minas Gerais.
Os valores emergenciais, acertados com os órgãos em fevereiro, foram mantidos, sendo um salário mínimo por adulto, meio salário por adolescente e um quarto de salário por criança. Parte dos atingidos continuará recebendo integralmente o auxílio a partir da prorrogação, enquanto uma outra parte passará a receber a metade.
Os valores emergenciais são uma parte das indenizações bilionárias que estão sendo feitas pela companhia, devido ao desastre, que deixou mais de 255 pessoas mortas, além de atingir estruturas da própria empresa, comunidades, rios e mata.
"Estima-se que entre 10 mil e 15 mil pessoas continuarão recebendo integralmente o auxílio emergencial", disse a empresa.
O benefício será integral para as pessoas que comprovadamente residiam, na data do rompimento, nas comunidades de Córrego do Feijão, Parque da Cachoeira, Alberto Flores, Cantagalo, Pires e nas margens do Córrego Ferro-Carvão, disse a empresa.
Além disso, também têm direito ao auxílio integral as pessoas que atualmente participam dos seguintes programas de apoio desenvolvidos pela Vale: moradia, assistência social, assistência agropecuária e assistência a produtores locais.
"As demais pessoas que não estejam incluídas nos critérios acima e que recebem integralmente o pagamento emergencial acordado em fevereiro de 2019, estimadas entre 93 mil e 98 mil beneficiários, receberão 50% do auxílio emergencial por mais 10 meses a partir de 25 de janeiro", explicou a Vale.
A mineradora detalhou que os valores serão pagos a título da nova indenização emergencial e serão descontados e considerados de eventual indenização coletiva futura.
"A Vale entende que a prorrogação do acordo reforça seu compromisso com a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem, de forma célere e abrangente", completou.
Os principais acordos para indenizações civis e trabalhistas foram estabelecidos e aproximadamente 2,25 bilhões de reais já foram pagos em compensações por danos materiais e morais, individuais e coletivos, segundo informou a Vale em seus resultados do terceiro trimestre, em outubro.
O valor informado na ocasião é referente a indenizações emergenciais, acordos para indenização e indenizações trabalhistas.