Arena do Pavini - A Vale (SA:VALE3) vai entrar na era dos dividendos, tornando-se grande distribuidora de ganhos para os acionistas, afirmou hoje o presidente da empresa, Fabio Schvartsman, durante o evento que marcou a entrada das ações da mineradora no Novo Mercado da B3 (SA:BVMF3). Segundo ele, os acionistas tiveram muita paciência com a empresa nos últimos 20 anos e com as dificuldades de endividamento alto e o fim do superciclo das commodities, mas agora é a hora de a Vale compensar isso pagando mais dividendos. “E o início disso será em 2018, vamos nos reunir para definir a forma como isso será feito e devemos anunciar esse modelo em março do ano que vem”, afirmou.
Redução da dívida pela metade
A estratégia da Vale de pagar mais dividendos inclui reduzir o endividamento, hoje de R$ 20 bilhões, explicou Schvartsman. “Pretendemos chegar a R$ 10 bilhões o mais rápido possível, até o fim de 2018 ou até antes”, disse. Isso será feito pelo resultado operacional da empresa, ou seja, com os ganhos e lucros, e não com a venda de ativos, explicou. A chamada desalavancagem da companhia é estratégica porque uma empresa de commodities tem muita volatilidade em seus resultados por conta das oscilações dos preços dos produtos no mercado internacional. “E essa volatilidade não é compatível com um endividamento muito alto”, afirmou, acrescentando que “se alguma coisa foi aprendido nos últimos anos, foi isso”. O objetivo é deixar o endividamento baixo para a empresa estar preparada para uma queda dos preços do minério.
Ações em circulação vão aumentar para até 85%
Schvartsman espera que a mudança na estrutura acionária da Vale, que transformou todas as ações em papéis com direito a voto, as ordinárias, ou ON, favorecerá o aumento do volume de papéis negociados no mercado e a entrada de novos investidores que antes não podiam comprar por limitações de governança. “Hoje temos cerca de 58% das nossas ações no mercado, e esse número pode chegar a 80%, 85%”, disse. Isso acontecerá porque alguns participantes do bloco de controle, especialmente os fundos de pensão via a holding Litel, devem vender parte de suas ações. “Vamos diversificar nossa base de acionistas pois fundos internacionais, por exemplo, que tinham algum tipo de restrição em investir na Vale por questões de governança, como direito a voto das ações, agora vai poder”, afirmou.
Novos investidores na Vale
Haverá ainda outros investidores que devem se interessar pela Vale e terão mais papéis à disposição no mercado para comprar. “O processo está começando e já vemos nomes novos entrando no papel”, disse. “Estamos terminando 2017 de maneira diferente do ano passado, com a entrada no Novo Mercado representando uma nova era, mais rentável, com um processo de desalavancagem e esperamos criar mais valor em 2018”, acrescentou. “Esperamos terminar 2017 entregando um resultado excelente, muito bem em termos de rentabilidade, geração de caixa e endividamento”.
Por Arena do Pavini