Varejistas dos EUA tentam mudar forma como são vistos online à medida que IA transforma modo de fazer compras

Publicado 26.11.2025, 14:13
Atualizado 26.11.2025, 14:14
© Reuters.

Por Arriana McLymore

NOVA YORK (Reuters) - Tradicionalmente, as grandes redes varejistas investem milhões para atrair a atenção do público durante a temporada de festas. Agora, elas buscam se destacar por meio de algo diferente: inteligência artificial.

A maior parte dos US$253 bilhões em vendas online nos EUA nesta temporada de festas acontecerá por meio de visitas a sites ou buscas online comuns, que favorecem empresas que investem pesado em anúncios em mecanismos de busca.

Mas chatbots como o ChatGPT da OpenAI ou o Gemini do Google entraram em cena, com ferramentas voltadas para o consumidor que podem fornecer descrições de produtos, comparar preços ou permitir compras diretamente em grandes modelos de linguagem, à medida que os consumidores norte-americanos usam cada vez mais a IA para obter conselhos sobre os melhores presentes de Natal.

"Temos visto marcas que antes publicavam três ou quatro novas publicações ou artigos em blogs por mês, agora tentando publicar 100 ou 200", disse Brian Stempeck, diretor executivo da plataforma de otimização generativa de mecanismos de busca Evertune.ai, que trabalha com clientes para tornar seus sites detectáveis por grandes modelos de linguagem.

A empresa cobra "cerca de US3.000" por mês de seus clientes, que incluem empresas de vestuário e calçados, por seus serviços, disse Stempeck.

Tradicionalmente, os varejistas baseavam seus anúncios no Google e na Meta com base em frases que os usuários pesquisavam ou em links nos quais eles haviam clicado anteriormente.

Sem a possibilidade de anunciar nas maiores ferramentas de IA generativa, as empresas estão experimentando novos métodos, como publicar com mais frequência em blogs da marca ou escrever sobre seus produtos no Reddit.

Grandes varejistas estão criando sites que não podem ser vistos pelos compradores, destinados a serem lidos exclusivamente por scrapers de IA, ferramentas automatizadas de extração de dados que vasculham a internet em busca de informações.

Os scrapers então enviam informações para plataformas como ChatGPT e Gemini, que oferecem sugestões de presentes, vestuário e outros produtos para as festas de fim de ano.

Os primeiros dados sugerem que o aumento do uso de IA está surtindo efeito. Nos primeiros 23 dias de novembro, o tráfego proveniente de IA aumentou 830% em relação ao ano anterior, segundo a Adobe Analytics, e os consumidores que acessaram um site de varejo por meio de um serviço de IA tiveram 30% mais chances de comprar do que aqueles que usaram buscas tradicionais na internet.

TRÁFEGO BAIXO, MAIOR INTENÇÃO

O tráfego para sites de varejo proveniente de plataformas de IA generativa ainda representa uma pequena fração da atividade total. Em outubro, as indicações do ChatGPT para Amazon, Walmart e eBay representaram menos de 1% do tráfego total de cada site, segundo a empresa de dados Sensor Tower. O eBay afirmou que, embora o tráfego de fontes de IA represente uma pequena porcentagem do tráfego total, os compradores que encontram seus links por meio de IA com agentes chegam ao marketplace online com alta intenção de compra. O Walmart não respondeu ao pedido de comentário.

Mas os varejistas claramente enxergam uma oportunidade. A empresa de roupa de cama Brooklinen está pagando influenciadores para falarem sobre suas toalhas de banho e edredons em plataformas como Facebook, YouTube e TikTok, disse Rachel Levy, diretora de operações da Brooklinen. Scrapers de IA extraem informações do texto das avaliações de produtos e das transcrições de áudio dessas publicações.

A Brooklinen também submeteu seu edredom de US$199 a prêmios de publicações como o Wirecutter do New York Times para aumentar suas chances de aparecer nas respostas de agentes de IA.

Atualmente, o tráfego proveniente de fontes de IA com agentes é "muito pequeno", disse ela, porque a Geração Z, a maior usuária de ferramentas como o ChatGPT, tem menos poder de compra do que as gerações mais velhas.

A R+Co, empresa de produtos para cabelo com sede em Miami, está comprando anúncios na assistente de voz Alexa, da Amazon, com base nas perguntas que os clientes fazem ao seu agente Rufus, afirmou Dan Langer, presidente da R+Co.

O Google lançou recentemente recursos que ajudam os consumidores a usar IA para rastrear preços e comprar produtos, uma tarefa que só é possível se os produtos dos varejistas forem facilmente encontrados pelos scrapers da gigante da tecnologia. Seu modo de IA e o chatbot Gemini consideram diversos fatores, como a localização da loja ou a qualidade do varejista, ao direcionar links aos usuários, afirmou Lilian Rincon, vice-presidente de produto do Google Shopping.

O Google está testando anúncios no Modo IA atualmente nos EUA, mas não no aplicativo Gemini, informou a empresa. Campanhas existentes dos produtos de anúncios Shopping e Performance Max podem ser exibidas no Modo IA durante o período de testes, afirmou a empresa.

O presidente-executivo da Amazon, Andy Jassy, afirmou na teleconferência de resultados de outubro da empresa que os clientes que usam o Rufus têm 60% mais chances de comprar produtos. Entre as grandes varejistas, Walmart e Target anunciaram recentemente planos para aplicativos que permitirão aos clientes comprar diretamente com chatbots.

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