Por Ana Carolina Siedschlag
Investing.com - Apesar de ainda faltarem detalhes decisivos sobre os potenciais negócios anunciados nesta quinta-feira (7), uma possível venda da Saber, subsidiária da Cogna, à Eleva poderia desalavancar a controladora e, assim, impulsionar uma alta para a ação, disseram analistas do BTG Pactual (SA:BPAC11) em relatório.
Segundo eles, em uma avaliação simplificada, a Saber, de educação básica, poderia ser vendida por aproximadamente R$ 2 bilhões, ou 11 vezes o EBITDA de R$ 180 milhões previsto para 2021.
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Caso, na contrapartida da transação, a companhia compre o negócio de sistemas de ensino da Eleva, com 185 mil estudantes, por algo em torno de R$ 400 milhões, o saldo ficaria positivo para a Cogna em R$ 1,6 bilhão.
Isso, segundo os analistas, seria o suficiente para desalavancar a empresa em pelo menos uma vez o seu EBITDA proforma.
Ainda assim, o banco de investimentos manteve a recomendação neutra para o papel, citando que o cenário para o ensino superior continua desafiador dado à alavancagem operacional negativa do campus da Kroton (SA:COGN3), o que, combinado com alavancagem financeira bem acima dos pares da empresa, deve impedir o fluxo de caixa aos investidores no curto prazo.
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A consolidação das negociações para a venda de ativos poderia aliviar o cenário, escrevem.
Perto das 14h10, os papéis da Cogna subiam 5,97%, a R$ 4,79, entre as maiores altas da B3 (SA:B3SA3), com queda acumulada de 7,8% no mês e de 60% no ano.
Entenda a transação
Segundo comunicado divulgado nesta manhã, em resposta à matéria do Valor Econômico que antecipou a informação, a Cogna está em tratativas para potencial transação envolvendo tanto a compra quanto a venda de ativos educacionais com a Eleva Educação.
As transações poderiam envolver a venda de determinadas escolas controladas direta ou indiretamente pela Saber à Eleva, bem como a aquisição de sistema de ensino detido pela Eleva pela Somos Sistemas de Ensino controlada pela Cogna e pela Vasta (NASDAQ:VSTA), escreveu a empresa.
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A companhia apontou que não há nenhum documento vinculante a respeito da transação até o momento e que não há qualquer garantia de que um acordo será alcançado entre as partes.
Segundo o Valor, citando fontes, as conversas partiram da Eleva, que teria interesse em apresentar aos investidores uma companhia maior antes de realizar uma abertura de capital.