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Via: prejuízo líquido é de R$ 163 Mi no 4º trimestre de 2022

Publicado 09.03.2023, 17:51
Atualizado 10.03.2023, 08:32
© Reuters Via: prejuízo líquido é de R$ 163 Mi no 4º trimestre de 2022
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A Via (BVMF:VIIA3) (dona da Casas Bahia e do Ponto) apresentou prejuízo líquido de R$ 163 milhões no quarto trimestre de 2022. O resultado reverteu lucro de R$ 29 milhões no mesmo período de 2021. O Ebitda ficou em R$ 542 milhões, queda de 10,6% frente ao apresentado um ano antes. O mesmo indicador ajustado ficou em R$ 629 milhões, com leve queda de 1,9%.

Sobre a queda na última linha do balanço, o CEO da companhia, Roberto Fulcherberguer, destaca o impacto dos juros no custo financeiro da empresa. "Prefiro olhar para a oportunidade que essa empresa terá quando os juros caírem. No ano, tivemos R$ 1 bilhão de impacto nas despesas financeiras. Se os juros caírem, é lucro na veia", afirmou ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

A empresa destaca em seu release de resultados a geração de caixa operacional de R$ 3,4 bilhões no quarto trimestre e o fato de ter desembolsado apenas R$ 1,2 bilhão ao longo do ano com despesas trabalhistas. A companhia havia dito ao mercado que poderia ter de desembolsar de R$ 1,5 bilhão até R$ 2 bilhões, mas viu sair de seu caixa um total 20% menor do que o valor mais baixo que havia sinalizado. Assim, o impacto de R$ 900 milhões a R$ 1 bilhão no resultado que a Via havia previsto no ano foi, na verdade, de R$ 700 milhões.

A companhia havia se proposto a monetizar R$ 1,8 bilhões para amenizar o impacto dos processos trabalhistas no caixa, mas conseguiu monetizar R$ 2,4 bilhões. Para este item em 2023, a companhia reafirma perspectiva de R$ 600 milhões a 700 milhões de impacto no caixa e de R$ 500 milhões a 600 milhões no resultado. Por outro lado, a previsão é de R$ 2,5 bilhões de monetização de créditos fiscais.

"Conseguimos ser mais assertivos tanto do lado trabalhista, quanto do lado da monetização dos créditos e geramos, portanto, uma abertura de caixa para a companhia", diz Fulcherberguer. A empresa ainda reduziu seus estoques de 120 para 95 dias, com a normalização de parte das cadeias produtivas e investimentos em tecnologia.

"Entro em 2023 melhor do que entrei em 2022, com menos saída de caixa por demanda trabalhista, com monetização de créditos e com mais eficiência operacional, em virtude dos investimentos que fizemos nos últimos dois anos. Já começo a ter receita de logística, por exemplo, e não depender somente de venda de produtos", afirmou o executivo.

A receita líquida da companhia foi de R$ 8,845 bilhões, alta de 8,8% sobre o apresentado no último trimestre do ano anterior. Nas lojas físicas, a companhia viu crescimento de 16% na receita bruta (GMV) e, se consideradas apenas lojas que já estavam abertas há um ano, a alta foi de 11,4%.

No comércio eletrônico de estoque próprio, porém, houve queda de 6%. Fulcherberguer acredita que esses números mostram que a companhia está pronta para atender ao consumidor onde ele quiser comprar e ressalta que a queda no digital já é menor do que o que foi visto no terceiro trimestre do ano.

No marketplace, a empresa viu equilíbrio na receita bruta vinda dos lojistas virtuais (GMV), mas a receita, que é o dinheiro que realmente fica na companhia, cresceu 41,5%, isso porque a Via tomou medidas para tornar essa divisão de negócios mais rentável, com taxas maiores e sem grandes incentivos e descontos. Além disso, a Via tem buscado priorizar as vendas de produtos de menor valor agregado e que geram mais frequência de compra, o que explica o GMV do marketplace não subir, enquanto o número de pedidos subiu 79% nos produtos de cauda longa.

"Nossa estratégia de aumentar a frequência do cliente está dando certo. O GMV registrou alta em dezembro de 20% e, no começo do ano, a tendência se mantém. Vamos começar a capturar não só aumento de receita, mas também de GMV no marketplace", diz Fulcherberguer.

Crédito

O braço financeiro da Via terminou o ano com uma carteira de crédito de R$ 5,5 bilhões. A companhia considera seus índices de inadimplência controlados, com 4,6% de perda líquida sobre a carteira e 9,5% de pagamentos em atraso por mais de 90 dias.

Um ano atrás, esses índices eram de 4% para perdas e 8,7% para atrasos superiores a 90 dias. "Não é uma alta de inadimplência, é uma flutuação. Na curva, ao longo dos anos, às vezes um trimestre tem índice um pouco maior ou menor. Temos a expertise de conseguir fazer parcelas que caibam no bolso do consumidor, por isso nossos índices são controlados", diz Fulcherberguer.

Dívida

A empresa tem cerca de R$ 1,6 bilhão em vencimentos de sua dívida para os próximos trimestres, mas afirma que as conversas com bancos têm evoluído bem e que há sinalização de rolagem desses vencimentos.

"Geramos caixa suficiente para pagar investimentos, serviço da dívida e reduzir dívidas, tanto no trimestre, quanto no ano de 2022. Dívidas fazem parte de um processo de financiamento da operação da companhia e a renovação dessas fontes é sempre positiva", afirmou o vice-presidente de finanças da Via, Orivaldo Padilha.

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