Correção às 16h35: Foram introduzidas as estimativas de MRV, que estavam equivocadamente mencionando às projeções de Marfrig
Por Gabriel Codas
Investing.com - A temporada de balanços do segundo trimestre continua nesta quarta-feira, depois do fechamento do pregão, quando são esperados os resultados de diversas empresas, com destaque para Eletrobras (SA:ELET3), Via Varejo (SA:VVAR3), Ultrapar (SA:UGPA3), BRF (SA:BRFS3), Marfrig (SA:MRFG3) e MRV (SA:MRVE3).
O mercado estima, mais uma vez, que os números devem ser afetados pela pandemia da Covid-19, em especial para o caso das empresas do setor de varejo, distribuição de combustíveis, incorporadoras imobiliárias, administradora de shoppings e locadora de veículos. A exceção deve para os frigoríficos, que foram favorecidos pela evolução do dólar e a demanda contínua por produtos pela China.
Também apresentam os números a Aliansce Sonae (SA:ALSO3), Locaweb (SA:LWSA3), Movida (SA:MOVI3), Tupy (SA:TUPY3), Metal Leve (SA:LEVE3), Tecnisa (SA:TCSA3) e TAESA (SA:TAEE11).
Confira as estimativas
- Eletrobras
O consenso de mercado aponta para um lucro líquido da estatal de R$ 1,49 para cada ação, sendo que um ano antes o resultado foi positivo, de R$ 1,41 para cada ativo, quando eram esperados R$ 1,41. Já nos três primeiros meses de 2020, a companhia teve ganhos de R$ 0,19 por papel, pior do que os R$ 1,63 estimados.
Em relação à receita líquida, a mediana dos analistas aposta para R$ 6,43 bilhões, uma queda em relação aos R$ 6,64 bilhões do mesmo período de 2019. Já entre janeiro e março, as entradas foram de R$ 6,8 bilhões.
- TAESA
O consenso de mercado aponta para um lucro líquido da elétrica de R$ 0,64 para cada ação, sendo que um ano antes o resultado foi positivo, de R$ 0,77 para cada ativo, quando eram esperados R$ 0,74. Já nos três primeiros meses de 2020, a companhia teve ganhos de R$ 0,84 por papel, melhor do que os R$ 0,62 estimados.
Em relação à receita líquida, a mediana dos analistas aposta para R$ 462,7 milhões, uma alta em relação aos R$ 360,19 milhões do mesmo período de 2019. Já entre janeiro e março, as entradas foram de R$ 373 milhões.
A XP Investimentos acredita que não deve haver grandes surpresas nos resultados do 2T20 no segmento de transmissão de energia.
Já o BTG Pactual (SA:BPAC11), que tem recomendação neutra para o papel, acredita em lucro líquido de R$ 326 milhões, com receitas de R$ 379 milhões, abaixo o consenso do mercado. O Ebitda esperado é de R$ 326 milhões e margem de 86%.
- Via Varejo
O consenso de mercado aponta para um prejuízo líquido da varejista de R$ 0,02 para cada ação, sendo que um ano antes o resultado foi negativo, de R$ 0,12 para cada ativo, quando eram esperados -R$ 0,12. Já nos três primeiros meses de 2020, a companhia teve ganhos de R$ 0,06 por papel, melhor do que os R$ 0,05 estimados.
Em relação à receita líquida, a mediana dos analistas aposta para R$ 5,8 bilhões, uma queda em relação aos R$ 6,02 bilhões do mesmo período de 2019. Já entre janeiro e março, as entradas foram de R$ 6,34 bilhões.
A XP Investimentos espera resultados mistos no 2T20, com a operação de varejo físico negativamente impactada pelo fechamento temporário das lojas, mas com o e-commerce da companhia acelerando de maneira muito significativa.
Os analistas estimam uma queda de vendas no conceito mesmas lojas de -60,9% A/A (vs. -0,7% no 2T19 e -8,0% no 1T20). Por outro lado, esperam que a operação online mostre uma forte expansão de vendas totais (GMV) de +288,7% A/A, impulsionado pelo sólido crescimento de vendas de estoque próprio (1P) para +320% A/A (vs. -52,0% no 1T20) e um crescimento de +190% A/A no marketplace (3P) (vs. 27,3% no 1T20).
Por último, a equipe projeta uma leve melhora na rentabilidade, com expansão de margem EBITDA ajustada de +0,4p.p. A/A no trimestre, impulsionada principalmente pela expansão de margem bruta de +1,9p.p A/A no trimestre
Já o BTG Pactual, que tem recomendação de compra para o papel, acredita em prejuízo líquido de R$ 62 milhões, com receitas de R$ 5,625 bilhões, acima o consenso do mercado. O Ebitda esperado é de R$ 379 milhões e margem de 7%.
- Alupar (SA:ALUP11)
O consenso de mercado aponta para um lucro líquido da elétrica de R$ 0,38 para cada ação, sendo que um ano antes o resultado foi positivo, de R$ 0,32 para cada ativo, quando eram esperados R$ 0,40. Já nos três primeiros meses de 2020, a companhia teve ganhos de R$ 0,61 por papel, melhor do que os R$ 0,37 estimados.
Em relação à receita líquida, a mediana dos analistas aposta para R$ 566 milhões, uma alta em relação aos R$ 427,55 milhões do mesmo período de 2019. Já entre janeiro e março, as entradas foram de R$ 478 milhões.
Já o BTG Pactual, que tem recomendação de compra para o papel, acredita em lucro líquido de R$ 368 milhões, com receitas de R$ 443 milhões, abaixo o consenso do mercado. O Ebitda esperado é de R$ 100 milhões e margem de 23%.
- Ultrapar
O consenso de mercado aponta para um lucro líquido da distribuidora de combustíveis de R$ 0,18 para cada ação, sendo que um ano antes o resultado foi positivo, de R$ 0,10 para cada ativo, quando eram esperados R$ 0,18. Já nos três primeiros meses de 2020, a companhia teve ganhos de R$ 0,15 por papel, pior do que os R$ 0,17 estimados.
Em relação à receita líquida, a mediana dos analistas aposta para R$ 16 bilhões, uma queda em relação aos R$ 21,69 bilhões do mesmo período de 2019. Já entre janeiro e março, as entradas foram de R$ 21,39 bilhões.
A XP Investimentos tem prévia dos resultados do 2T20 refletindo dados atualizados de vendas de combustíveis para o período com base em dados do Sindicom, margens atualizadas para a Oxiteno com base na evolução das cotações de petroquímicos e maiores vendas no segmento varejo para a Ultragaz como efeito da pandemia de COVID-19. A equipe mantém a recomendação Neutra nas ações da Ultrapar e ajustou nosso preço-alvo de R$15/ação para R$18/ação
Já o BTG Pactual, que tem recomendação de compra para o papel, acredita em lucro líquido de R$ 162 milhões, com receitas de R$ 18,856 bilhões, acima o consenso do mercado. O Ebitda esperado é de R$ 709 milhões e margem de 4%.
- BRF
O consenso de mercado aponta para um lucro líquido da processadora de alimentos de R$ 0,15 para cada ação, sendo que um ano antes o resultado foi positivo, de R$ 0,23 para cada ativo, quando eram esperados R$ 0,24. Já nos três primeiros meses de 2020, a companhia teve perdas de R$ 0,05 por papel, melhor do que os -R$ 0,96 estimados.
Em relação à receita líquida, a mediana dos analistas aposta para R$ 9,3 bilhões, uma alta em relação aos R$ 8,34 bilhões do mesmo período de 2019. Já entre janeiro e março, as entradas foram de R$ 8,95 bilhões.
A XP Investimentos esperamos resultados positivos no 2T20 levando em consideração os impactos da pandemia, com uma margem EBITDA de 12,2% (-145 bps A/A). O Brasil deve ser o principal destaque positivo, impulsionado principalmente pelo desempenho resiliente dos produtos processados, que devem compensar os resultados mais fracos do in natura.
O segmento Internacional também deve apresentar resultados robustos, principalmente impulsionados por um real depreciado frente ao dólar, com uma margem EBITDA esperada de 21,5%. Do lado negativo, o segmento Halal continua sob pressão, agora agravada pelos impactos do covid-19 na demanda da região, e esperamos uma margem EBITDA de 6,5% (-555bps A/A).
Já o BTG Pactual, que tem recomendação neutra para o papel, acredita em lucro líquido de R$ 140 milhões, com receitas de R$ 9,345 bilhões, acima o consenso do mercado. O Ebitda esperado é de R$ 1,191 bilhão e margem de 13%.
Marfrig
O consenso de mercado aponta para um lucro líquido do frigorífico de R$ 1,54 para cada ação, sendo que um ano antes o resultado foi positivo, de R$ 0,14 para cada ativo, quando eram esperados R$ 0,14. Já nos três primeiros meses de 2020, a companhia teve perdas de R$ 0,19 por papel, pior do que os -R$ 0,13 estimados.
Em relação à receita líquida, a mediana dos analistas aposta para R$ 17,07 bilhões, uma alta na comparação aos R$ 11,72 bilhões do mesmo período de 2019. Já entre janeiro e março, as entradas foram de R$ 13,5 bilhões.
Já o BTG Pactual, que tem recomendação neutra para o papel, acredita em lucro líquido de R$ 863 milhões, com receitas de R$ 16,169 bilhões, acima o consenso do mercado. O Ebitda esperado é de R$ 2,262 bilhões e margem de 3%.
MRV
O consenso de mercado aponta para um lucro líquido da construtora de R$ 0,32 para cada ação, sendo que um ano antes o resultado foi positivo, de R$ 0,42 para cada ativo, quando eram esperados R$ 0,45. Já nos três primeiros meses de 2020, a companhia teve ganhos de R$ 0,24 por papel, acima dos R$ 0,20 estimados.
Em relação à receita líquida, a mediana dos analistas aposta para R$ 1,48 bilhão, uma baixa na comparação aos R$ 1,56 bilhão do mesmo período de 2019. Já entre janeiro e março, as entradas foram de R$ 1,5 bilhão.
Para a XP Investimentos, apesar do fraco número de lançamentos no trimestre (-17,4% t/t e -51,1% a/a) em razão da crise do COVID-19, é esperado que a MRV reporte fortes resultados referentes ao 2T20, impulsionada pela sua performance de vendas liquidas, que atingiu o recorde histórico de R$1.813 milhões (+4,1% t/t e +27,7 a/a).
Entretanto, a equipe espera que sua margem bruta deve permanecer pressionada, mas em linha com o último trimestre dado que a companhia vem concedendo descontos em alguns empreendimentos específicos. Finalmente, eles esperam o lucro líquido de R$156 milhões (+35,7% t/t e -18,0 a/a).
Já o BTG Pactual, que tem recomendação de compra para o papel, acredita em lucro líquido de R$ 166 milhões, com receitas de R$ 1,811 bilhão, acima o consenso do mercado. O Ebitda esperado é de R$ 308 milhões e margem de 17%.
Aliansce Sonae
O consenso de mercado aponta para um prejuízo líquido da administradora de shoppings de R$ 0,09 para cada ação, sendo que um ano antes o resultado foi positivo, de R$ 0,14 para cada ativo, quando eram esperados R$ 0,17. Já nos três primeiros meses de 2020, a companhia teve ganhos de R$ 0,30 por papel, melhor do que os R$ 0,15 estimados.
Em relação à receita líquida, a mediana dos analistas aposta para R$ 45,97 bilhões, uma queda na comparação aos R$ 133,4 milhões do mesmo período de 2019. Já entre janeiro e março, as entradas foram de R$ 211,48 milhões.
Locaweb
O consenso de mercado aponta para um lucro líquido da empresa de internet de R$ 0,06 para cada ação, sendo que um ano antes o resultado foi positivo, de R$ 0,04 para cada ativo. Já nos três primeiros meses de 2020, a companhia teve perdas de R$ 0,02 por papel, em linha com o estimado.
Em relação à receita líquida, a mediana dos analistas aposta para R$ 109,17 milhões, uma alta na comparação aos R$ 9403 milhões do mesmo período de 2019. Já entre janeiro e março, as entradas foram de R$ 104,77 milhões.
Os analistas da XP Investimentos esperam resultados sólidos, com crescimento de 18,5% A/A nas vendas, impulsionado pela forte aceleração da operação de Commerce. Em relação à rentabilidade, a estimativa é de uma leve expansão de margem EBITDA de 0,3pp A/A, impulsionada principalmente pela alavancagem operacional no segmento de Commerce. Por fim, a corretora projeta um lucro líquido de R$ 10 milhões no trimestre, um crescimento de 170,3% A/A.
Movida
O consenso de mercado aponta para um prejuízo líquido da locadora de veículos de R$ 0,17 para cada ação, sendo que um ano antes o resultado foi positivo, de R$ 0,16 para cada ativo, quando eram esperados R$ 0,18. Já nos três primeiros meses de 2020, a companhia teve ganhos de R$ 0,19 por papel, pior do que os R$ 0,21 estimados.
Em relação à receita líquida, a mediana dos analistas aposta para R$ 748,76 milhões, uma queda na comparação aos R$ 956,2 milhões do mesmo período de 2019. Já entre janeiro e março, as entradas foram de R$ 1,01 bilhão.
A XP Investimentos estima, com base na prévia já publicada pela empresa, que a receita líquida consolidada atinja ~R$ 1,05 bilhão, refletindo uma queda de ~7,5% a/a nos volumes de aluguel de veículos (RAC), um aumento de ~20% a/a nos volumes de Gestão e Terceirização de Frotas e ~18,5 mil veículos vendidos. A corretora espera que as margens de RAC sejam as mais prejudicadas em termos relativos devido à queda de volumes, e também espera margens mais baixas no segmento de Seminovos em relação ao trimestre anterior (em ~0,3%).
Os analistas esperam que as margens de GTF venham levemente mais altas na comparação trimestral, refletindo o impacto relativamente baixo nos volumes decorrentes da pandemia e também medidas de redução de custos.
Já o BTG Pactual, que tem recomendação de compra para o papel, acredita em prejuízo líquido de R$ 57 milhões, com receitas de R$ 543 milhões, abaixo o consenso do mercado. O Ebitda esperado é de R$ 68 milhões e margem de 13%.
Tupy
O consenso de mercado aponta para um lucro líquido da metalúrgica de R$ 0,49 para cada ação, sendo que um ano antes o resultado foi positivo, de R$ 0,39 para cada ativo, quando eram esperados R$ 0,40. Já nos três primeiros meses de 2020, a companhia teve perdas de R$ 1,44 por papel, pior do que os R$ 0,37 estimados.
Em relação à receita líquida, a mediana dos analistas aposta para R$ 751 milhões, uma queda na comparação aos R$ 1,38 bilhão do mesmo período de 2019. Já entre janeiro e março, as entradas foram de R$ 1,09 bilhão.
Já o BTG Pactual, que tem recomendação de compra para o papel, acredita em prejuízo líquido de R$ 31 milhões, com receitas de R$ 686 milhões, abaixo o consenso do mercado. O Ebitda esperado é de R$ 22 milhões e margem de 3%.
Metal Leve
O consenso de mercado aponta para um lucro líquido da fabricante de autopeças de R$ 0,50 para cada ação, sendo que um ano antes o resultado foi positivo, de R$ 0,46 para cada ativo, quando eram esperados R$ 0,51. Já nos três primeiros meses de 2020, a companhia teve perdas de R$ 0,52 por papel, pior do que os R$ 0,53 estimados.
Em relação à receita líquida, a mediana dos analistas aposta para R$ 669,37 bilhões, uma alta na comparação aos R$ 662 milhões do mesmo período de 2019. Já entre janeiro e março, as entradas foram de R$ 574 milhões.
Tecnisa
O consenso de mercado aponta para um prejuízo líquido da construtora de R$ 0,22 para cada ação, sendo que um ano antes o resultado foi negativo, de R$ 0,33 para cada ativo, quando eram esperados -R$ 0,33. Já nos três primeiros meses de 2020, a companhia teve perdas de R$ 0,80 por papel, pior do que os -R$ 0,60 estimados.
Em relação à receita líquida, a mediana dos analistas aposta para R$ 37,18 milhões, uma queda na comparação aos R$ 47 milhões do mesmo período de 2019. Já entre janeiro e março, as entradas foram de R$ 44,06 milhões.
Já o BTG Pactual, que tem recomendação de compra para o papel, acredita em prejuízo líquido de R$ 20 milhões, com receitas de R$ 24 milhões, abaixo o consenso do mercado. O Ebitda esperado é negativo de R$ 8 milhões e margem de -34%.