A Volkswagen (ETR:VOWG) informou aos representantes dos funcionários que pretende fechar pelo menos três fábricas na Alemanha, disse a chefe do conselho de trabalhadores da empresa, Daniela Cavallo, nesta segunda-feira, 28.
Daniela informou, em uma reunião com os trabalhadores da Volkswagen na sede da empresa, em Wolfsburg, que a administração também planeja cortes em outros locais e prometeu resistir aos planos, de acordo com a agência de notícias alemã dpa. Ela disse que "todas as fábricas alemãs da VW são afetadas por esses planos. Nenhuma está segura".
A empresa ainda não comentou a informação. Mas o diretor de pessoal Gunnar Kilian disse em uma declaração oficial que "o fato é que a situação é grave e a responsabilidade dos parceiros negociadores é enorme", relatou a DPA.
A Volkswagen havia dito no início de setembro que os ventos contrários do setor automobilístico significavam que ela não poderia descartar o fechamento de fábricas em seu país de origem, abandonando uma promessa de proteção ao emprego em vigor desde 1994 - que teria impedido demissões até 2029. O CEO Oliver Blume citou a entrada de novos concorrentes nos mercados europeus, a deterioração da posição da Alemanha como local de fabricação e a necessidade de "agir de forma decisiva".
"Sem medidas abrangentes para restaurar a competitividade, não seremos capazes de arcar com investimentos futuros significativos", disse Kilian, ontem. Ele acrescentou que a direção irá se ater ao princípio de discutir o futuro da Volkswagen com seus parceiros negociadores internos primeiro. As negociações salariais entre a Volkswagen e o sindicato devem ser retomadas amanhã.
Concorrência
Os fabricantes de automóveis europeus estão enfrentando uma concorrência cada vez maior dos carros elétricos chineses de baixo custo. A Volkswagen disse no mês passado que os resultados semestrais da empresa indicavam que ela não atingiria sua meta de 10 bilhões (R$ 61,6 bilhões) em economia de custos até 2026.
A Volkswagen tem cerca de 120 mil funcionários na Alemanha, onde possui dez fábricas - seis delas no Estado da Baixa Saxônia, no norte do país, incluindo Wolfsburg.
O sindicato IG Metall criticou duramente os planos de fechamento informados pela VW. "Esperamos que, em vez de fantasias de cortes, conceitos sustentáveis para o futuro sejam delineados pela Volkswagen e sua gerência na mesa de negociações", disse o líder sindical regional Thorsten Gröger. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.