(Reuters) - O Wal-Mart alertou nesta quarta-feira que salários mais altos, gastos com comércio eletrônico e menores preços reduzirão o lucro por ação em 12 por cento no próximo ano fiscal, levando as ações da empresa à maior queda diária em 25 anos.
O Wal-Mart enfrenta competição pesada em múltiplos fronts, desde a implacável expansão da líder de comércio eletrônico Amazon.com a lojas populares e supermercados lutando por um pedaço de seu negócio de gêneros alimentícios. Suas operações internacionais também sofrem com o dólar forte, que tem corroído as vendas.
O presidente executivo do Wal-Mart, Doug McMillon, disse que o investimento de 1,5 bilhão de dólares em salário e treinamento incluindo o aumento do piso mínimo de 9 para 10 dólares por hora, foram necessários para melhorar o serviço a consumidores e correspondem a três quartos da queda estimada de 6 a 12 por cento no lucro por ação no próximo ano.
O Wal-Mart também anunciou recompra de ações no valor de 20 bilhões de dólares, mas a queda nos preços dos papéis tirou valor equivalente em valor de mercado. A queda de 10 por cento foi a pior performance percentual diária desde janeiro de 1988.
O maior varejista do mundo em receita disse que iria investir vários bilhões de dólares para baixar os preços nos próximos três anos. Isso levantou preocupações de guerra de preços e ações de rivais, incluindo Target e Home Depot, também caíram.
O Wal-Mart disse que as vendas para o ano fiscal ficariam estagnadas por causa o impacto do dólar, que se fortaleceu mais que o esperado. Antes, a previsão de crescimento líquido de vendas era de 1 a 2 por cento para o atual ano fiscal que termina em janeiro.
"A previsão é muito decepcionante. E se estes investimentos não levarem a vendas melhores? Esta é a grande questão", disse o analista Brian Yarbrough, da Edward Jones.
A ação do Wal-Mart caiu 10 por cento cotada a 60,03 dólares.
(Por Sruthi Ramakrishnan e Nathan Layne; reportagem adicional por David Gaffen)