No começo de outubro, o WhatsApp liberou para todos os usuários a função de criar Canais, que permite o envio de mensagens para um número ilimitado de pessoas em um “grupo”, algo parecido ao que o Telegram já oferece.
Embora o aplicativo de mensagens da Meta tenha anunciado diferentes atualizações nos últimos meses, concorrentes seguem ganhando espaço entre usuários, tanto por recursos quanto por vantagens ainda não implementadas no app de Mark Zuckerberg.
Para efeito de comparação, o WhatsApp só lançou o recurso para permitir que as pessoas possam “conversar” consigo mesmas em novembro de 2022. Antes, se o objetivo era salvar arquivos, registrar mensagens de agenda ou testar figurinhas e outras funcionalidades pelo aplicativo, era preciso criar um grupo e então remover os contatos adicionados para ficar “sozinho”.
O Telegram, por outro lado, usa a descrição de mensagens salvas e permite que o usuário mande mensagem para si mesmo há anos. Criado em 2013 pelos irmãos russos Pavel e Nikolai Durov, o app de mensagem tem mais de 700 milhões de usuários ativos e é a principal ameaça ao WhatsApp globalmente.
Fechando a tríade de aplicativos de mensagens mais populares, o Signal também é uma opção para quem não está satisfeito com os recursos do WhatsApp ou com a sua política de privacidade. No mercado desde 2014, a plataforma é mantida por uma organização sem fins lucrativos de um dos cofundadores do WhatsApp, Brian Acton.
Mesmo que o WhatsApp lidere com folga em matéria de popularidade, com mais de 2 bilhões de usuários ao redor do mundo, o Telegram se destaca por ter mais recursos e facilidades.
Por exemplo, quando uma mensagem é apagada no WhatsApp, um aviso mostra que aquele conteúdo foi deletado. No Telegram, é possível apagar sem que o destinatário fique sabendo e sem um período estipulado.
Há outras diversas diferenças entre os programas. Em maio de 2021, o Poder360 mostrou as principais distinções, na época em que o WhatsApp anunciou mudanças em sua política de privacidade. Já naquele momento, o app dos irmãos Durov se destacava em funcionalidades.
Agora, depois de modernizações do WhatsApp, o jornal digital traz um novo levantamento sobre as diferenças, depois de explorar as funcionalidades de cada aplicativo e montar infográficos para explicar suas disparidades.
Facilidade de uso
Agora, tanto o WhatsApp quanto o Telegram permitem a criação de canais, ideal para quem quer fazer com que mensagens alcancem um número amplo de pessoas. Essa ferramenta funciona como uma comunidade em que apenas os criadores podem enviar conteúdo, sem a possibilidade de conversas como nos grupos tradicionais.
O Poder360 tem canais em ambas plataformas, nos quais o leitor tem acesso a reportagens exclusivas do jornal digital e recebe as principais notícias do dia. Acesse aqui o do Telegram e aqui o do WhatsApp.
O WhatsApp tem um recurso nos grupos em que apenas os administradores podem mandar mensagens. No app, os grupos são limitados a 1.024 participantes, no Signal a 1.000 usuários e no Telegram, a 200 mil.
Um ponto positivo no WhatsApp e no Signal é a possibilidade de realizar uma chamada em grupo –de até 8 e 40 pessoas em cada aplicativo, respectivamente. O Telegram permite chamadas de vídeo com apenas uma pessoa.
Os 3 aplicativos possibilitam aos usuários criar e compartilhar stories, com imagens, vídeos e textos que desaparecem automaticamente depois de 24 horas. O Telegram liberou o recurso em agosto de 2023.
Embora o Signal permita desfocar os rostos na hora de enviar fotos, o Telegram se destaca no caso de envio de arquivos. É o único que possibilita o envio de vídeos grandes sem cortá-los ou comprimi-los.
É possível encaminhar uma mensagem para um número ilimitado de pessoas no Telegram, enquanto o WhatsApp e o Signal só permitem repassar mensagens para até 5 conversas de uma só vez.
Segurança
Em termos de segurança, os 3 aplicativos têm recursos que ajudam a proteger o usuário, como mensagens criptografadas de ponta a ponta (quando apenas o emissor e o destinatário podem ter acesso ao conteúdo), autenticação via Face ID ou Touch ID e verificação de duas etapas.
No caso do Telegram, a criptografia de ponta a ponta não está habilitada no modo padrão. É preciso ativar o recurso nas configurações do programa, nos chamados chats secretos. Nas conversas padrões, a criptografia é do tipo cliente-servidor.
O professor Edson Mintsu Hung, do Departamento de Engenharia Elétrica da UnB (Universidade de Brasília), explica que, embora seja importante saber a criptografia adotada pelo aplicativo e se o código-fonte é aberto ou fechado, o mais importante é adotar medidas que protejam o aparelho de telefone, ao invés de só focar no programa.
“Muitos casos de vazamentos de mensagens estão relacionados à invasão do aparelho telefônico, e não apenas ao aplicativo. Por isso, é importante sempre manter o sistema operacional atualizado, assim como adotar medidas dentro dos apps, como verificação em duas etapas”, diz Hung.
Versōes web
O Telegram e o WhatsApp permitem o acesso pelo desktop por meio do navegador ou aplicativo instalado no computador. No caso do Signal, o acesso é realizado só por meio do aplicativo para desktop.
O Telegram era o único que permitia múltiplas sessões ativas e acesso sem que o aparelho estivesse conectado ao wi-fi para usar a versão web. Porém, no ano passado, o WhatsApp passou a possibilitar o acesso sem que o celular esteja conectado à internet.
No caso do Signal, a sessão web é automaticamente desconectada se o celular perder a conexão com a internet, além de permitir apenas uma sessão por vez.
Popularidade
De acordo com levantamento do Panorama Mobile Time/Opinion Box (íntegra – PDF – 4 MB), realizado em agosto de 2022, o WhatsApp lidera em termos de popularidade. Ele está instalado em 98% dos smartphones brasileiros. O Telegram está presente em 45% dos celulares. O Signal, em 12%.