Por Gabriel Codas
Investing.com - Na parte da tarde desta segunda-feira na bolsa paulista, as ações da Raia Drogasil (SA:RADL3) operam com forte valorização, em dia marcado por ganhos nos mercados. Os investidores reagem, entre outros fatores, ao início da cobertura dos ativos pela XP Investimentos, com preço-alvo de R$ 112 e recomendação neutra.
Dessa forma, por volta de 14h10, os ativos somavam 3,14% a R$ 123,63.
Com base no fechamento de mercado de 28 de fevereiro, a corretora vê um potencial de queda das ações de 6%.
Em relatório enviado a clientes, a XP destaca que, a partir da fusão entre Droga Raia e Drogasil em 2011, a RD (SA:RADL3) alcançou a liderança do setor de varejo farmacêutico nacional (aproximadamente 13% de participação de mercado) por meio de um sólido histórico de execução, tendo apresentado um crescimento anual médio de lucro líquido de 25% entre 2011 e 2019. Hoje a companhia conta com 2.070 lojas em 23 estados brasileiros.
A recomendação neutra é justificada pelo crescimento acelerado já precificado. A equipe espera que a abertura de 880 novas lojas até 2023 sustente um crescimento médio anual de +16% nas vendas, +22% de EBITDA e +29% de lucro líquido para os próximos três anos. Entretanto, com as ações negociando a 46x P/L para 2021 (vs. 25x na média do setor), acreditam que boa parte desse crescimento já esteja incorporado no preço atual.
A visão se tornaria positiva no cenário de aceleração do crescimento orgânico, via aumento do número de aberturas ou do crescimento de vendas no conceito mesmas lojas (para unidades maduras, estimamos +5,2% entre 2020-2022). Além disso, uma continuidade da tendência de consolidação do setor poderia apresentar potenciais oportunidades de crescimento inorgânico (fusões ou aquisições) para a companhia.
Na outra ponta, a situação pode ser inversa no caso de um retorno da tendência de abertura acelerada de lojas por parte dos competidores ou de avanço mais agressivo por parte das redes associativistas poderia representar um risco para as nossas estimativas de crescimento e rentabilidade. Além disso, dado o foco crescente da companhia em lojas de formato popular, existe um potencial risco de execução em relação à produtividade dessas unidades.
Sobre o cornonavírus, a XP destaca que apesar do desempenho relativamente positivo das ações até o momento (-2,3% vs. -8,4 para o IBOV), existem preocupações em relação às potenciais implicações do vírus na cadeia de abastecimento da indústria farmacêutica.