A fabricante norueguesa de fertilizantes Yara (OL:YAR) reportou, nesta quarta-feira, lucro líquido de US$ 947 milhões (US$ 3,71 por ação) no primeiro trimestre de 2022, 67,6 vezes maior do que o registrado em 2021. Em igual período do ano anterior, a companhia havia obtido lucro líquido de US$ 14 milhões (US$ 0,05 por ação). A receita avançou 88,16% no mesmo comparativo, para US$ 5,912 bilhões ante US$ 3,142 bilhões no primeiro trimestre de 2021.
Já o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) aumentou 125,7%, para US$ 1,323 bilhão.
Ao excluir itens especiais, o Ebitda do primeiro trimestre deste ano teve avanço de 130%, comparado com igual intervalo de 2021, para US$ 1,346 bilhão.
Em comunicado, a empresa afirma que a melhora se relaciona com o fato de os preços de venda terem sido mais altos a ponto de mais do que compensar o aumento do custo do gás natural. Além disso, as conversões de moedas importantes para o mercado se valorizaram no período, o que impulsionou os ganhos.
As entregas de produtos da companhia foram 8% menores em comparação com o primeiro trimestre do ano anterior, e atingiram 8,351 milhões de toneladas. A produção da companhia no período registrou baixa de 5,75%, para 4,863 milhões de toneladas.
A empresa destacou que a guerra na Ucrânia deverá ter grandes consequências tanto na alimentação quanto nas indústrias de fertilizantes, já que os dois principais países envolvidos no conflito do Leste Europeu são produtores significativos na cadeia global de valor alimentar e grandes responsáveis pela produção de fertilizantes e energia.
"A Yara interrompeu todo o fornecimento de empresas ligadas a entidades e pessoas da Rússia sancionadas e está utilizando seu abastecimento global, sua produção e distribuição com o objetivo de assegurar a continuidade nas cadeias de abastecimento alimentar", reforçou a companhia.
A empresa ainda destacou que, enquanto os aumentos dos preços das matérias-primas isoladamente são considerados negativos pela Yara, os preços mais altos dos grãos melhoram a lucratividade dos agricultores e a demanda por incentivos para insumos agrícolas, o que cria efeitos positivos compensadores.