Por Padraic Halpin
DUBLIN (Reuters) - Todo mundo sabe que o sistema tributário corporativo global precisa ser reformulado, disse o presidente-executivo da Apple (NASDAQ:AAPL), Tim Cook, nesta segunda-feira, apoiando mudanças nas regras sobre impostos que estão sendo consideradas atualmente.
O crescimento de gigantes da internet, como a Apple, levou as regras tributárias internacionais ao limite, fazendo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) buscar reformas globais sobre onde as multinacionais devem ser tributadas.
As reformas em análise estão centradas na contabilização de lucros por multinacionais em países com baixos impostos, como a Irlanda, onde tais empresas possuem bases - e de onde Cook falou nesta segunda-feira - e não onde está a maioria de seus clientes.
"Acho que logicamente todo mundo sabe que precisa ser reformulado. Eu certamente seria a última pessoa a dizer que o sistema atual ou o sistema passado era o sistema perfeito. Estou esperançoso e otimista de que eles (a OCDE) encontrem algo", disse Cook.
"É muito complexo saber tributar uma multinacional...queremos desesperadamente que seja justo", acrescentou o presidente-executivo da Apple após receber um prêmio que reconhece a contribuição das multinacionais no Irlanda pela agência estatal responsável por atrair empresas estrangeiras para o país.
A Apple é uma das maiores empregadoras da Irlanda, com seis mil funcionários no país, e tanto a empresa, quanto o governo irlandês tentam combater uma ordem da União Europeia para que a Apple pague 13 bilhões de euros em impostos atrasados para Dublin.
O presidente-executivo da Apple também disse que é necessária mais regulamentação na área de privacidade e deve ir além das leis de privacidade do Regulamento Geral de Proteção de Dados da Europa (GDPR) de 2018, que entregaram aos reguladores poderes significativamente maiores.
"Acho que é necessária mais regulamentação nessa área, provavelmente é estranho para uma pessoa de negócios falar sobre regulamentação, mas ficou claro que as empresas não se autopoliciam nessa área", disse.
"Fomos um dos primeiros a endossar o GDPR, achamos que é extremamente bom, não apenas para a Europa. Achamos que é necessário, mas não suficiente. Você precisa ir mais longe e isso é necessário para que a privacidade volte ao lugar em que deveria estar."