Por Heather Somerville e Joseph Menn
SAN FRANCISCO (Reuters) - O presidente-executivo do Uber Technologies, Travis Kalanick, renunciou na terça-feira ao cargo, sucumbindo à pressão de investidores após uma série de contratempos.
A saída de Kalanick, co-fundador de uma das empresas de tecnologia mais influentes de sua geração, encerra um período tumultuado para a companhia que revolucionou a indústria de táxis e desafiou as regras de transporte em todo o mundo.
O estilo do executivo de 40 anos definiu amplamente a abordagem do Uber e ajudou a empresa a se tornar um negócio avaliado em 68 bilhões de dólares.
Mas a postura de Kalanick também tem recebido a culpa por os escândalos neste ano, incluindo a descoberta de uma cultura de bullying e discriminação na empresa, conforme investigação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, e uma ação judicial da Alphabet, a holding do Google, que ameaça os planos do Uber para carros autônomos.
"Eu amo o Uber mais que qualquer coisa no mundo e neste momento difícil em minha vida pessoal eu aceitei o pedido dos investidores de me afastar, de modo que o Uber possa a voltar a construir em vez de se distrair com outra luta", disse Kalanick em email a funcionários visto pela Reuters.
A partida dele intensifica o já amplo buraco existente na diretoria executiva da companhia, que neste momento não tem diretor de operações, diretor financeiro ou conselheiro-geral. Por ora, 14 pessoas que se reportavam a Kalanick estão administrando a empresa.
O executivo se deparou com críticas pela cultura sexista e quebra de regras na companhia que ele ajudou a construir em 2009. Após a divulgação de um vídeo mostrando Kalanick repreendendo um motorista do Uber que se queixou da queda de salários, em fevereiro, o presidente-executivo desculpou-se publicamente e prometeu buscar "ajuda" para liderar a empresa.
(Reportagem adicional de Subrat Patnaik, em Bengaluru, e Douglas Busvine, em Nova York)