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Escolha de Caffarelli para Cielo reflete visão dos acionistas de necessidade de comando

Publicado 26.10.2018, 17:31
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Por Aluisio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - A nomeação de Paulo Caffarelli para presidir a Cielo (SA:CIEL3) é um reflexo da visão dos controladores, um dos quais ele mesmo representa, de que a líder de meios de pagamento mais precisa agora é de comando, segundo fontes familiarizadas com a empresa.

A companhia estava praticamente acéfala desde a renúncia inesperada de Eduardo Gouveia, em julho, após um ano e meio no cargo, por problemas de saúde. Mas as adversidades vinham desde a saída de seu antecessor, Romulo Dias, no fim de 2016.

Ao observar o mercado repentinamente mudar de um duopólio para um cenário com dezenas de players, os sócios Bradesco (SA:BBDC4) e Banco do Brasil (SA:BBAS3) acharam uma boa ideia arejar a Cielo com uma liderança menos descentralizada, parecida com a das startups.

Os próprios escritórios da sede da Cielo em Alphaville, na Grande São Paulo, ganharam cores e arquitetura mais descoladas, parecidos com o de fintechs como Nubank e GuiaBolso.

Os líderes das áreas de negócios foram comissionados a acelerar a produção de soluções inovadoras. Um desafio nada trivial para uma empresa cujas principais fontes de receitas, o aluguel de terminais e as taxas por transação (MDR, na sigla em inglês), têm minguado rapidamente.

"Isso foi uma transformação cultural para a qual um time acostumado a uma gestão mais rígida, como a dos bancos controladores, não estava acostumado", disse uma das fontes.

Com competidores novos apoiados em modelos de negócio mais leves, como PagSeguro (N:PAGS) e Stone (O:STNE), expandindo a base de cliente rapidamente e captando bilhões de dólares ao listar ações na bolsa neste ano, a Cielo multiplicou ofertas para clientes, na tentativa de voltar a dar as cartas no setor.

"Mas mover um transatlântico é muito mais difícil", disse um executivo familiarizado com a administração da companhia. "A empresa começou a atirar para todo lado, mas a capacidade de entrega em larga escala não acompanhou", disse outra fonte ligada à Cielo.

Em jogo está uma fatia de mercado que já foi superior a 55 por cento e que tem caído insistentemente nos últimos três anos, chegando a próximo de 40 por cento, dependendo da métrica usada.

Diante da incapacidade da empresa de dar respostas satisfatórias para investidores e analistas, as ações da Cielo caíram cerca de 45 por cento em 2018, enquanto o Ibovespa (BVSP) avançou 10 por cento.

A experiência de Caffarelli na gestão da Cielo há cerca de uma década, quando foi vice-presidente de cartões e novos negócios de varejo do BB, cacifou sua escolha pelos sócios.

Ainda assim, o anúncio oficial desta sexta-feira surpreendeu os próprios funcionários da empresa, que viam como candidatos mais prováveis para o cargo Eduardo Chedid, presidente da bandeira de cartões Elo, ou Raul Moreira, presidente da empresa de cartões-benefício Alelo. Ambas as empresas são do grupo Elopar, joint venture que inclui BB e Bradesco.

Segundo um alto executivo do setor bancário, no entanto, a familiaridade de Caffarelli com a Cielo quanto às iniciativas de inovação tecnológica lideradas por ele no BB nos últimos dois anos e meio pode fazer o mercado dar um voto de confiança para que ele consiga "virar a chave na gestão da empresa".

"O problema é que a Cielo agora precisa também de alguém afinado com as transformações recentes do mercado de pagamentos", disse essa fonte. "Não é bem o caso (de Caffarelli), o que transforma essa nomeação numa aposta de alto risco", acrescentou.

Nesta sexta-feira, a ação da Cielo subia ao redor de 1 por cento na bolsa paulista, mostrando uma reação contida após ter atingido na véspera a mínima intradia desde abril de 2013.

Entre analistas do setor, não houve consenso.

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"Não nos sentimos compelidos a adotar uma postura mais construtiva por enquanto", afirmou em relatório a equipe de analistas do Itaú BBA liderada por Alexandre Spada. "O perfil de risco das adquirentes não é atraente devido a possíveis mudanças regulatórias que afetam o negócio de pré-pagamento e às tecnologias de pagamento emergentes que podem competir com os cartões no longo prazo."

Eduardo Rosman e Thiago Kapulskis, do BTG Pactual (SA:BPAC11), exaltaram o perfil "agressivo" de Caffarelli, "o que pode ser exatamente o que a Cielo precisa neste momento".

Consultada, a Cielo não se manifestou sobre a reportagem.

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