Por Kate Holton e Paul Sandle
LONDRES (Reuters) - O novo chefe de Pearson (LON:PSON) anunciou nesta segunda-feira seu plano para o grupo de educação crescer além das escolas e faculdades, com uma estratégia para construir uma conexão direta com os consumidores, ajudando profissionais a aprender novas habilidades e retreiná-los.
Contratado para trazer suas habilidades digitais para a empresa britânica, o ex-executivo da Disney (NYSE:DIS) Andy Bird disse que há uma grande oportunidade de trabalhar com empresas ou trabalhadores para fornecer novas habilidades após a pandemia.
Criada na década de 1840 como empresa de construção, a Pearson se reinventou várias vezes ao longo do tempo e agora tenta navegar na mudança do aprendizado analógico para digital.
Focada puramente na educação, a empresa sofreu grandes interrupções à medida que os alunos, principalmente nas faculdades dos EUA, passaram a comprar livros de segunda mão e usar programas online mais baratos, atingindo seus lucros.
"O que me empolga sobre o potencial do serviço direto ao consumidor é que em 2019 a Pearson se envolveu com mais de 100 milhões de alunos em todo o mundo, e dentro do sistema educacional universitário dos EUA todos os anos há cerca de 10 milhões de alunos que usam os produtos Pearson", disse Bird.
Com a mudança, a Pearson dividirá sua força de trabalho de cerca de 22 mil pessoas em cinco novas divisões, que serão apoiadas por um grupo que ajudará a implementar recursos digitais em toda a empresa.
Ela também planeja vender seus negócios locais internacionais de material didático, ativos que produzem livros e materiais em mercados como Brasil e Canadá e que geram cerca de 300 milhões de libras de receita, estimam analistas do Citi.
Seus resultados de 2020 mostraram o impacto da pandemia, com escolas foram fechadas e exames cancelados, e um impulso do aprendizado online. A empresa teve queda de 10% na receita. O lucro ajustado somou 432 milhões de dólares, queda de 46%.
No domingo, o grupo brasileiro Arco Educação anunciou acordo para comprar da Pearson a COC e o Dom Bosco, dois sistemas de educação por 920 milhões de reais.