Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - A plataforma de finanças pessoais Guiabolso criou um serviço que permitirá que empresas acessem dados financeiros previamente autorizados, mostrando como companhias estão se antecipando à implantação do open banking.
Batizado de Guiabolso Connect, o serviço permite a acesso a informações como renda, gastos em algumas categorias e saldo da conta corrente, o que pode ser usado por empresas financeiras para melhorar a avaliação de risco para oferta de produtos como crédito, seguros, investimentos e seguro fiança.
Em vez do acesso direto aos dados que o Guiabolso tem aos seus mais de 6 milhões de clientes, como extratos bancários, as instituições interessadas recebem informações quantitativas, sem compartilhar os dados brutos do usuário.
"É uma ferramenta um pouco mais profunda do que o serviço oferecido pelos bureaus de crédito, diz Fátima Rios, chefe do Guiabolso Connect, salientando que o negócio se encaixa no modelo do open banking, sistema que dá às pessoas o poder sobre acesso aos seus dados bancários e que deve entrar em vigor no Brasil no final de 2020, segundo previsões do Banco Central.
Segundo ela, vantagens potenciais para o consumidor com o uso do serviço incluem redução de juros de crédito para os que mostrarem que têm melhor nível de risco, e agilidade na contratação de serviços, ao poder alugar ou comprar um imóvel sem ter que juntar documentos para comprovar renda.
Segundo o presidente do Guiabolso, Thiago Alvarez, o serviço amplia o acesso de pessoas a produtos financeiros antes não oferecidos devido a limitações de se avaliar perfil com o uso só de bureaus de crédito tradicionais ou documentos físicos.
Para as empresas, a ferramenta mitiga o risco de fraude de documento falsos, diminui custos com back office e reduz o risco de calote, diz Fátima.
"Chegamos a observar que o nível de precisão na análise de risco dos clientes chega a ser 50% maior quando se usa a análise mais completa do score e histórico financeiro", afirma a Fátima.
A nova oferta do Guiabolso foi lançada dias após a gigante de cartões Visa ter anunciado na semana passada a compra da fintech norte-americana Plaid, que presta esse tipo de serviço, por 5,3 bilhões de dólares.