Por Andrew MacAskill
LONDRES (Reuters) - Julian Assange, o fundador do WikiLeaks que está lutando para evitar uma extradição do Reino Unido aos Estados Unidos, foi alertado por uma juíza nesta terça-feira que será retirado da sala do tribunal e julgado sem estar presente se continuar interrompendo os procedimentos.
As autoridades norte-americanas acusam o australiano, de 49 anos, de conspirar para invadir computadores do governo e de violar uma lei de espionagem devido à divulgação de mensagens confidenciais pelo WikiLeaks em 2010 e 2011.
Assange gritou "tolice" quando James Lewis, um advogado do governo dos EUA, disse a uma testemunha que o fundador do WikiLeaks está sujeito a procedimentos de extradição por causa da publicação dos nomes de informantes, e não por lidar com documentos vazados.
A juíza Vanessa Baraitser disse a Assange que ele não deveria se pronunciar, embora vá ouvir coisas com as quais discordará e que desejará refutar.
"Se você interromper os procedimentos e atrapalhar uma testemunha que está dando seu depoimento devidamente, está aberto a mim continuar sem você em sua ausência", disse Baraitser.
"Isto, obviamente, não é algo que desejo fazer. Estou, portando, lhe dando um aviso claro", acrescentou.
Foi a segunda ocasião em que Assange compareceu à corte desde que suas audiências de extradição recomeçaram, na segunda-feira. Elas tiveram início em fevereiro, mas foram adiadas durante alguns meses e em seguida foram prorrogadas ainda mais por causa do isolamento nacional imposto para conter a disseminação da Covid-19.
Assange e o WikiLeaks enfureceram o governo dos EUA uma década atrás ao publicarem milhares de documentos norte-americanos secretos. Os apoiadores do ativista o veem como um baluarte da liberdade de expressão que expõe os abusos de poder e a hipocrisia de Washington.