MOSCOU (Reuters) - A empresa russa de segurança cibernética Kaspersky Lab, reagindo a um movimento do governo norte-americano que restringe as atividades da companhia, disse nesta quarta-feira que havia sido vítima da disputa entre os Estados Unidos e Rússia, ao passo que o Kremlin acusou a ação dos Estados Unidos de ter motivação política.
A administração Trump removeu na terça-feira a empresa russa de duas listas de vendedores aprovados usadas por agências do governo para comprar equipamentos de tecnologia, sob preocupações de que esses produtos poderiam ser usados por Moscou para entrar nas redes norte-americanas.
O chefe da companhia, Eugene Kaspersky, mais de uma vez propôs encontro com autoridades norte-americanas e se ofereceu para testemunhar ao Congresso dos Estados Unidos "para responder à todas as perguntas do governo".
"A Kaspersky Lab foi arrastada em uma luta geopolítica na qual cada lado está tentando usar a companhia como peão neste jogo", disse a companhia em nota, segundo a agência de notícias RIA.
O anti-vírus da Kaspersky é popular nos Estados Unidos e pelo mundo, e a empresa tem sido um importante ator no mercado de segurança cibernética por décadas.
"A Rússia como Estado não poupará esforços para proteger os interesses de nossas empresas no exterior", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Parlamentares norte-americanos levantaram a preocupação de que Moscou pudesse usar os produtos da empresa para atacar as redes de computadores dos Estados Unidos, um assunto particularmente delicado, segundo alegações de agências de inteligências dos EUA de que a Rússia invadiu e vazou os emails de grupos do Partido Democrata para interferir na campanha eleitoral para presidência em 2016. A Rússia nega.
(Por Katya Golubkova)