XANGAI (Reuters) - A decisão do presidente dos Estados Unidos Donald Trump de bloquear uma empresa apoiada pela China de comprar um fabricante de chips baseada nos EUA nesta semana é prejudicial ao crescimento da América e da economia global, disse a agência de notícias estatal da China Xinhua neste sábado.
A aquisição planejada da Lattice Semiconductor pela Canyon Bridge Capital Partners no valor de 1,3 bilhão de dólares foi uma das maiores tentativas de uma empresa apoiada pela China no setor de microchips dos EUA e foi o primeiro acordo anunciado pelo fundo lançado no ano passado com foco em tecnologia.
O escrutínio regulatório dos EUA cresceu após a Reuters reportar em novembro que a Canyon Bridge era financiada em parte por capital do governo central chinês e que tinha relações indiretas com seu programa espacial.
Trump afirmou numa ordem executiva na quarta-feira que a Lattice e a Canyon Bridge "devem tomar todos os passos necessários para abandonar total e permanentemente a transação proposta" dentro de 30 dias.
"A medida, que é prejudicial tanto para o crescimento da América quanto para a recuperação econômica global, também é contrária à natureza da relação entre China e EUA, mutualmente benéfica e vantajosa para os dois lados", disse a Xinhua.
Revisões de segurança de investimentos em setores sensíveis "não deveriam ser usadas como ferramenta para implementar o protecionismo", acrescentou, ecoando comentários de um porta-voz do Ministério do Comércio na semana passada.
Citando analistas que afirmaram que a decisão de Trump havia sido feita de olho nas eleições de 2018, a Xinhua a chamou de "esperta nos centavos e estúpida nos pounds... é uma medida de visão curta tomar medidas protecionistas em meio ao baixo crescimento global."
Trump deve visitar a China em novembro.
"Os dois países precisam fortalecer o diálogo e a comunicação, promover a cooperação e as trocas em diversos campos e lidar apropriadamente com questões de preocupação comum. Apenas assim a China e os Estados Unidos poderão avançar na relação bilateral mais importante do mundo", disse a Xinhua.
(Reportagem de John Ruwitch)