LISBOA (Reuters) - A RioForte, uma holding da família Espírito Santo, não reembolsou 847 milhões de euros em notas promissórias compradas pela Portugal Telecom que venceram na terça-feira, obrigando à revisão do acordo de fusão com a brasileira Oi, com a redução da participação da portuguesa na companhia resultante da união para 25,6 por cento.
"A PT e a Oi anunciam que se mantêm comprometidas em concluir a combinação dos seus negócios, tendo assinado nesta data um novo Memorando de Entendimento (MoU)", informou a Portugal Telecom em comunicado.
"O MoU foi assinado na sequência do não reembolso hoje por parte da RioForte, uma sociedade do Grupo Espírito Santo, dos 847 milhões de euros já vencidos do total de 897 milhões de euros em aplicações de tesouraria", acrescentou.
A Portugal Telecom informou que estas "foram subscritas pelo grupo PT e que atualmente são detidas por subsidiárias que foram contribuídas para a Oi no âmbito da combinação de negócios anunciada no dia 2 de outubro de 2013".
O comunicado informou ainda que o novo acordo prevê "2,10 ações da CorpCo (nova empresa resultante da fusão) por cada ação da PT a serem recebidas quando da implementação da fusão entre a PT e a CorpCo, correspondendo a uma participação econômica na CorpCo de 25,6 por cento ajustada pelas aplicações de tesouraria, resultante da estrutura proposta".
Anteriormente, estava previsto que a Portugal Telecom ficaria com uma fatia de 37 por cento da nova empresa.
A RioForte, após deixar de cumprir este pagamento, tem ainda de reembolsar mais 50 milhões de euros de outra nota promissória comprada pela Portugal Telecom, que vence em 17 Julho.
As dificuldades do Grupo Espírito Santo (GES) têm estado sob o foco dos investidores dado que a dívida total, que a mídia estima em cerca de 7 bilhões de euros, poderá ter impacto em várias empresas, principalmente em Portugal.
O novo memorando de entendimento terá de ser aprovado pela assembleia geral de acionistas da Portugal Telecom, que deverá ocorrer até 8 de setembro, pelo Conselho de Administração da Oi e pela Comissão de Valores Mobiliários.
(Por Filipa Cunha Lima)