Por Gabrielle Tétrault-Farber e Vladimir Soldatkin
MOSCOU (Reuters) - A Rússia acusou o Facebook (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34) nesta segunda-feira de violar os direitos dos cidadãos ao bloquear o conteúdo de alguns meios de comunicação no último confronto entre um governo e a gigante de tecnologia.
O regulador de comunicações Roskomnadzor ameaçou o Facebook no fim de semana com uma multa mínima de 1 milhão de rublos (13.433 dólares) e exigiu que restaurasse o acesso ao conteúdo publicado pela agência de notícias TASS, a publicação de negócios RBC e o jornal Vzglyad.
Ele disse que o Facebook bloqueou posts relacionadas à detenção russa de supostos apoiadores de um grupo ucraniano de extrema direita.
"Acho que isso é inaceitável. Isso viola nossa legislação nacional", disse Vyacheslav Volodin, presidente da Câmara dos Deputados da Rússia e membro do partido governante, do presidente Vladimir Putin.
Em um comunicado, Volodin disse que o Facebook violou os direitos básicos de disseminar e receber informações e que uma legislação seria proposta para preservar a "soberania digital" da Rússia.
O Facebook não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Como outras nações, incluindo a Austrália, em uma disputa de alto nível com o Facebook, e a Índia, em uma briga com o Twitter, a Rússia nos últimos meses tomou medidas para regulamentar e restringir o poder das grandes empresas de mídia social.
Projetos de lei aprovados em dezembro permitem que a Rússia imponha multas pesadas a plataformas que não excluem conteúdo banido e restrinja o acesso a empresas de mídia social dos EUA se forem consideradas discriminatórias contra a mídia russa.
"Eles operam em nosso ambiente, mas ao mesmo tempo não obedecem a nenhuma lei russa", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, à agência de notícias RIA na segunda-feira.