Por Michael Elkins
Investing.com - O Bernstein reiterou a classificação de “underperfom” (abaixo da média) e o preço-alvo de US$ 150,00 das ações da Tesla (NASDAQ:TSLA), antes de a fabricante de veículos elétricos realizar seu Dia do Investidor em 1º de março. Os analistas acreditam que o maior problema enfrentado pela Tesla antes do evento seja o status da sua plataforma de modelos de baixo custo de próxima geração. O Bernstein não alimenta expectativas de que haja um anúncio de produtos, mas considera que pode haver maiores detalhes sobre preços, ofertas e prazos.
Durante sua teleconferência de resultados do 4º tri de 2022, a Tesla sugeriu que os detalhes sobre um novo modelo poderiam ser divulgados em seu Dia do Investidor. No entanto, seria necessária uma plataforma completamente nova para que esse novo modelo de baixo custo pudesse gerar um aumento significativo de volume. Mesmo assumindo que a Tesla já possua um projeto completamente pronto, o Bernstein acredita que a empresa provavelmente levaria até dois anos para começar as entregas em escala significativa.
A expectativa é que a Tesla discuta em seu Dia do Investidor a expansão da produção interna de células, uma estratégia de acesso ao mercado do Cybertruck, a ampliação geográfica de unidades de produção, o aumento do armazenamento de energia, a alocação de capital e a plataforma de veículos de próxima geração.
Elon Musk declarou que abordará o “Plano-Mestre 3, um caminho para um futuro com energia totalmente sustentável para a Terra”. A Tesla apresentou seu primeiro “Plano-Mestre” em agosto de 2006, quando vendia apenas o Roadster, no qual previa construir uma linha de veículos elétricos acessíveis e de longo alcance, além de oferecer opções de geração de energia elétrica. O segundo Plano-Mestre da Tesla foi revelado em julho de 2016, o qual destacou a ambição da companhia de vender soluções de armazenamento de energia e painéis solares, além da visão dos seus proprietários de alugar/compartilhar seus veículos, inclusive um robotáxi.
Os analistas escreveram em nota: “Diante da melhora do sentimento dos investidores, surgiu novas previsões de alta para a Tesla, as quais argumentam que a companhia tem uma vantagem de custo estrutural duradoura, permitindo-lhe aproveitar o maior volume e predomínio no mercado de VEs, além de capturar avanços econômicos favoráveis no longo prazo. Com isso, a ação acabou não sentindo o efeito da queda das margens no 4º tri, já que a empresa apontou para uma meta de crescimento de volume de 1,8 milhões em 2023. Acreditamos que, no curto a médio prazo, a Tesla não deve aumentar a produção de novos modelos na velocidade suficiente para satisfazer as expectativas de volume de 2,4 milhões em 2024. Além disso, acreditamos que os cortes de preços ressaltam a natureza altamente competitiva do mercado automotivo, no qual margens altas sustentadas e volumes elevados não encontram precedentes, o que seria necessário para justificar o valuation premium da Tesla. Embora possa haver mais detalhes sobre a plataforma do veículo de próxima geração no Dia do Investidor, não está claro se a Tesla será capaz de resolver devidamente nossa preocupação em relação ao prazo, razão pela qual não consideramos que o evento possa ser um catalisador para a ação”.
As ações da TSLA encerraram o pregão de terça-feira (21) com uma queda de 5,25%, cotadas a US$ 197,37, e se valorizavam 0,56% um pouco antes da abertura desta quarta-feira (22) em Nova York.