HONG KONG (Reuters) - A filial de publicações online da Tencent Holdings procurou uma isenção às regras de listagem da bolsa de Hong Kong para permitir a retenção de informações sobre participações detidas por alguns de seus executivos, atraindo críticas de defensores da governança corporativa.
A China Literature solicitou a incomum isenção sob justificativa de que revelar as participações de três executivos "atrairia atenção desnecessária entre os funcionários em questão da Tencent e provavelmente criaria um ambiente de trabalho desfavorável e político que distorceria significativamente a cultura de trabalho da companhia".
A empresa fez um registro de abertura de capital em Hong Kong na segunda-feira. Os três executivos são membros do conselho e terão que divulgar suas participações na Tencent como parte das regras locais. O pedido será avaliado pelo comitê de listagem da bolsa.
Jamie Allen, secretário-geral da Associação Asiática de Governança Corporativa, disse que conceder a exceção poderia abrir um precedente ruim.
A China Literature pediu uma renúncia para que não tenha que revelar as participações de James Gordon Mitchell, um ex-executivo do Goldman Sachs e diretor de estratégia da Tencent; de Cheng Wu, presidente-executivo da Tencent Pictures; e Lin Haifeng, gerente-geral de fusões e aquisições da Tencent Science & Technology.
Eles detêm "uma porcentagem insignificante" na Tencent, adicionou o pedido. Mas com valor de mercado estimado perto de 330 bilhões de dólares, mesmo uma pequena fatia na maior rede social e empresa de conteúdo online da China faz deles executivos multimilionários.
(Por Elzio Barreto)