ARGEL (Reuters) - Um total de 183 pessoas ficaram feridas durante protestos na Argélia na sexta-feira contra a candidatura do presidente Abdelaziz Bouteflika a um quinto mandato, disse a agência estatal de notícias APS neste sábado, citando o Ministério da Saúde.
Uma pessoa morreu de ataque cardíaco, disseram autoridades anteriormente.
Dezenas de milhares de manifestantes pediram que Bouteflika, de 82 anos, abandone os planos de se reeleger em uma eleição presidencial em abril, nos maiores protestos da Argélia desde a Primavera Árabe, há oito anos.
As manifestações foram em sua maioria pacíficas, mas brigas entre a polícia e os manifestantes eclodiram na sexta-feira perto da residência presidencial na capital Argel.
A cidade estava quieta neste sábado.
Manifestações de grande escala contra a investida pela reeleição de Bouteflika começaram há uma semana, mas na sexta-feira houve maior participação.
Bouteflika sofreu um AVC em 2013 e foi visto em público apenas algumas vezes desde então. Sua campanha de reeleição gerou ressentimento entre os argelinos, que acreditam que ele não está em condições de administrar o país produtor de petróleo e gás.
O gerente de campanha da Bouteflika havia dito na terça-feira que apresentaria a candidatura oficial no domingo, prazo limite para os candidatos. Bouteflika, que completou 82 anos no sábado, não abordou diretamente os protestos.
Autoridades disseram na semana passada que ele viajaria para Genebra para exames médicos não especificados. A televisão suíça disse na sexta-feira que Bouteflika estava no Hospital Universitário de Genebra. Não houve confirmação oficial de que Bouteflika estivesse na cidade suíça.
(Por Ulf Laessing e Hesham Hajali)