Por Philip Blenkinsop
BRUXELAS (Reuters) - As ações da Anheuser Busch Inbev SA (BR:ABI) recuavam mais de 9% nesta sexta-feira depois que a maior cervejaria do mundo reduziu as previsões de crescimento do lucro para este ano, após resultados mais fracos nos volumes de cerveja no Brasil e na Coreia do Sul no terceiro trimestre.
A fabricante da Budweiser, Corona e Stella Artois previa um forte crescimento de receita e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) este ano. Nesta sexta-feira, porém, passou a esperar um crescimento "moderado" no Ebitda, citando um período "desafiador" de julho a setembro.
O Ebitda do terceiro trimestre da empresa com sede na Bélgica ficou estável em 5,29 bilhões de reais no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, frustrando expectativas do mercado de um aumento de 3%.
A AB InBev havia alertado sobre algumas fraquezas após um forte segundo trimestre, quando suas vendas de cerveja aumentaram no ritmo mais rápido em mais de cinco anos
Os custos no período aumentaram em razão de custos mais altos de alumínio e cevada de malte e devido às moedas mais fracas de alguns de seus mercados, principalmente o brasileiro real.
Os custos de vendas e marketing também foram maiores que no terceiro trimestre de 2018. No ano passado, esses custos foram desviados para o primeiro semestre do ano por causa da Copa do Mundo de futebol.
VENDAS NO BRASIL E COREIA DO SUL RECUAM
Além desses itens previstos, a empresa também teve menores vendas de cerveja no Brasil e na Coreia do Sul, à medida que aumentou os preços nos fracos mercados consumidores.
No Brasil, o segundo maior mercado da AB InBev, atrás dos Estados Unidos, a empresa viu seus volumes caírem 3%, com alguns concorrentes vendendo sua cerveja com desconto para os consumidores.
Na Coreia do Sul, onde a AB InBev é líder de mercado, a empresa elevou os preços da cerveja em abril, mas os reverteu este mês por causa de uma desaceleração econômica e depois que os rivais não seguiram o exemplo.
A AB InBev disse que ainda espera um forte crescimento geral da receita em 2019, mas disse que os desafios do Brasil e da Coreia do Sul continuarão no quarto trimestre, portanto a empresa espera apenas um crescimento "moderado" do Ebitda.
Em outras divisões, a AB InBev vendeu sua subsidiária australiana Carlton & United Breweries para a Asahi por 11 bilhões de dólares e levantou cerca de 5,6 bilhões para uma segunda tentativa de listar parte de seus negócios asiáticos.
A cervejaria disse que vai usar os recursos para quitar dívidas, que chegaram a mais de 100 bilhões de dólares após a compra da rival mais próxima SABMiller de 2016.
Nesta sexta-feira, a empresa afirmou que as vendas reduziriam sua relação dívida líquida/Ebitda para abaixo de 4 vezes no final de 2019, um ano antes da meta, de 4,61 vezes no final de junho.