Por Mark Hosenball
WASHINGTON (Reuters) - Um acadêmico norte-americano que apoia o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e é um forte defensor da saída do Reino Unido da União Europeia irá testemunhar no mês que vem perante o grande júri federal que avalia evidências na investigação sobre possível conluio entre a campanha eleitoral de Trump em 2016 e a Rússia.
Theodore Malloch, autor de um livro pró-Trump prestes a ser publicado e um aliado de Nigel Farage, um ex-líder do Partido de Independência do Reino Unido, disse em comunicado enviado à Reuters por e-mail pela editora do livro nesta sexta-feira que foi interrogado por agentes do FBI quando desembarcou no aeroporto internacional de Boston na terça-feira após um voo de Londres e que recebeu uma intimação para se apresentar perante o grande júri.
Malloch “está agendado para testemunhar em Washington em 13 de abril sobre a investigação de Robert Mueller”, disse Hector Carosso, representante da Skyhorse Publishing, em um e-mail separado.
O livro de Malloch, “O conluio para destruir Trump: como o estado profundo fabricou o dossiê russo para subverter o presidente”, em tradução livre, está agendado para lançamento em 1º de maio.
Mueller investiga possível coordenação ilegal entre Trump e sua campanha de 2016 e a Rússia. Trump e a Rússia negaram qualquer conluio. O FBI e a equipe de Mueller não possuíam comentários sobre Malloch ou sobre os eventos no aeroporto de Boston.
Malloch disse em seu e-mail que o FBI lhe entregou um documento autorizando os agentes a confiscarem seu telefone celular. Ele disse que entregou o aparelho e que mais tarde lhe foi dito que o FBI havia enviado o aparelho para Washington para uma “avaliação completa”.
Ele também disse que o FBI o interrogou por cerca de uma hora sobre sua carreira, autorizações de segurança do governo e credenciais acadêmicas. Ele disse que os agentes então perguntaram sobre sua função na campanha de Trump, que ele disse ter sido informal e não remunerada.
Ele também disse ter sido interrogado sobre seus contatos com o apoiador de Trump e consultor político Roger Stone, sobre o site WikiLeaks e sobre Jerome Corsi, um colaborador de sites de teorias da conspiração.
Em seu comunicado, Malloch disse que não sabia nada sobre o WikiLeaks, que publicou e-mails de autoridades da Inteligência dos EUA. Foi concluído no ano passado que os e-mails foram hackeados do Comitê Nacional Democrata e da campanha presidencial de Hillary Clinton pela GRU, a agência de inteligência militar da Rússia.
Fontes familiares à investigação de Mueller dizem que um caminho de investigação é como e-mails hackeados seguiram da Rússia para o WikiLeaks e se algum aliado de Trump alguma vez lidou com eles.
O WikiLeaks não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.