Por Francois Murphy
VIENA (Reuters) - O conselho da agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) escolheu nesta terça-feira o argentino Rafael Grossi como seu novo chefe, que de imediato prometeu agir de forma independente e neutra em assuntos relacionados ao Irã.
Grossi, de 58 anos, sucedeu Yukiya Amano, que faleceu no exercício do cargo.
Grossi teve uma disputa acirrada com o ex-braço direito de Amano e atual diretor-geral interino, o romeno Cornel Feruta, em várias rodadas de uma votação dos 35 países do Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), mas assumiu a dianteira na segunda-feira.
O argentino, que recebeu apoio precoce de pesos-pesados com o Brasil e os Estados Unidos, obteve os dois terços de votos exigidos nesta terça-feira, quando 24 nações o endossaram. Agora sua indicação será confirmada em outra reunião do conselho e uma reunião mais ampla com todos os países-membros, ambas meras formalidades.
"Farei meu trabalho, e acho que meu trabalho é cumprir o mandato de uma maneira que seja independente, que seja justa, que seja neutra", disse Grossi aos repórteres após a votação ao ser indagado sobre o Irã, sem entrar em detalhes.
Diplomatas não acreditam em uma grande mudança de postura da AIEA sob o comando de Grossi no tocante aos seus temas mais destacados, como a supervisão do acordo de Teerã com grandes potências, que o Irã está violando passo a passo em reação às sanções econômicas prejudiciais dos EUA.
"O que acho que é importante é eu dar ao meus Estados-membros e à comunidade internacional a garantia de que sou absolutamente independente e impermeável à pressão", disse Grossi, um veterano da diplomacia nuclear e atual embaixador da Argentina na AIEA.
O conselho da entidade quer que Grossi tome posse até 1o de janeiro, mas o novo diretor-geral disse que isso pode acontecer antes.