BERLIM (Reuters) - O artista dissidente chinês e defensor da liberdade de expressão Ai Weiwei recebeu um visto para permanecer na Alemanha por três anos e vai ocupar um cargo de professor em uma universidade de Berlim, disse sua porta-voz nesta quarta-feira.
Ai se reencontrou em Berlim com seu filho e parceiro, depois que inesperadamente as autoridades chinesas lhe devolveram o seu passaporte em julho. Elas haviam confiscado o documento havia quatro anos, depois de sua detenção sigilosa por um período de 81 dias.
O artista, um dos mais proeminentes dissidentes e ativistas políticos da China, publicou no Instagram uma foto de seu novo visto, que expira em outubro 2018.
Ele irá agora começar a ensinar como professor convidado na Universidade das Artes de Berlim, disse sua porta-voz. "O cargo na universidade será por três anos e durante esse período ele vai passar boa parte do tempo na Alemanha", disse ela.
Ai elogiou Berlim como um santuário criativo que o faz lembrar a Nova York da década de 1980 e 1990, quando ele morava lá.
O artista disse à Reuters em uma entrevista em agosto que a China havia atingido um ponto crítico onde a ausência de liberdades democráticas é uma ameaça crescente para a estabilidade econômica.
(Reportagem de Noah Barkin)