Por Maria Sheahan
BERLIM (Reuters) - A Alemanha deve ser mais assertiva na definição de políticas externas de acordo com seus próprios interesses ao invés dos interesses dos Estados Unidos, disse o ministro de Relações Exteriores alemão, Sigmar Gabriel, nesta terça-feira.
Os laços tradicionalmente próximos entre Berlim e Washington se enfraqueceram desde que o presidente norte-americano, Donald Trump, assumiu o cargo em janeiro.
Trump discorda da Alemanha em relação ao Irã e à Coreia do Norte, denunciou o superávit comercial alemão com o Estados Unidos, acusou Berlim e outros de dever grandes quantias à Otan e preocupou aliados ao decidir deixar o acordo climático de Paris.
A imagem tradicional dos Estados Unidos como tendo um papel de proteção está começando a "desmoronar", disse Sigmar Gabriel a políticos e representantes do governo na Fundação Koerber.
"O recuo dos Estados Unidos (de seu papel internacional) não se deve às políticas de um só presidente. Isso não mudará fundamentalmente após as próximas eleições", disse.
A Alemanha deve continuar a investir em sua parceria com os Estados Unidos como um parceiro comercial, mas precisa ser mais assertiva na representação de seus próprios interesses quando os dois países estiverem em discordância.
Gabriel deu o exemplo das sanções contra a Rússia que o Congresso norte-americano aprovou e que podem, em última instância, afetar o fornecimento de energia da Alemanha uma vez que afetam os gasodutos russos.
(Reportagem de Maria Sheahan e Michelle Martin)