Por John Irish e Marine Pennetier
PARIS (Reuters) - Estados ocidentais e árabes que realizam ataques contra combatentes do Estado Islâmico apoiaram nesta terça-feira o plano do Iraque para retomar territórios sob controle do grupo militante jihadista, após terem sido criticados pelo primeiro-ministro iraquiano por não estarem ajudando Bagdá o suficiente para contra-atacar os insurgentes.
Cerca de 20 ministros da coalizão se reuniram com o premiê, Haider al-Abadi, em Paris, em parte para convencer seu governo, liderado por xiitas, a reparar as relações com a minoria sunita do Iraque a fim de fortalecer sua campanha contra o Estado Islâmico, também sunita.
Apesar da demonstração de unidade, Abadi pareceu rejeitar sugestões que Bagdá estava dando pouca atenção à reconciliação com os sunitas.
Ele disse que o mundo "falhou" com o Iraque, salientando o significativo número de voluntários estrangeiros que se aliaram ao Estado Islâmico entrando no Iraque a partir de outros países da coalizão.
"As conversas nos permitem reafirmar nossa unidade e determinação conjunta para combater terroristas do Daesh (Estado Islâmico)", afirmou o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, após a reunião.
Abadi disse estar comprometido com uma reaproximação de sunitas e xiitas, mas acusou a coalizão internacional de não ajudar o suficiente a combater o Estado Islâmico, grupo que tomou grandes faixas territoriais no norte e oeste do Iraque em 2014 e que agora controla cerca de um terço do país.
No mês passado, o governo iraquiano teve seu pior revés militar em quase um ano, quando o Estado Islâmico capturou Ramadi de um Exército debilitado. A capital da província esmagadoramente sunita de Anbar fica 90 quilômetros a oeste de Bagdá.
Desde então, tropas governamentais e milícias xiitas aliadas têm construído posições ao redor de Ramadi. Muitos iraquianos sunitas não gostam do Estado Islâmico, mas também temem grupos xiitas depois de anos de luta sectária sangrenta.
O plano para retomar Ramadi inclui acelerar o treinamento e equipamento de tribos sunitas locais em coordenação com as autoridades de Anbar, ampliar o recrutamento para o Exército iraquiano e garantir que todas as forças associadas atuem sob o comando de Bagdá.