Por Andrew Osborn e Svetlana Reiter
MOSCOU (Reuters) - Um tribunal condenou cinco homens pelo assassinato do líder de oposição russo Boris Nemtsov nesta quinta-feira, mas aliados do político disseram que a investigação foi manipulada e que as pessoas que ordenaram sua morte continuam em liberdade.
Nemtsov, um dos principais críticos do presidente Vladimir Putin, foi assassinado em 2015 enquanto atravessava uma ponte perto do Kremlin, após jantar com sua namorada. Com 55 anos, ele estava trabalhando em um relatório sobre o papel da Rússia na Ucrânia.
Após mais de 8 meses de audiências, um júri condenou cinco homens de etnia chechenha pelo assassinato, incluindo o homem que os promotores dizem ter puxado o gatilho, Zaur Dadayev, um ex-soldado na Chechênia.
O tribunal disse que os outros quatro homens agiram como seus cúmplices e que tinha sido prometido ao grupo uma recompensa de mais de 253 mil dólares pelo assassinato.
Defensores de Nemtsov receberam o veredito em silêncio, mas disseram que Dadayev e os outros eram apenas agentes de baixo nível. O caso continua não resolvido, disseram, porque aqueles que ordenaram, financiaram e organizaram o assassinato não foram presos.
"É o maior crime do século e mesmo assim eles não identificaram os verdadeiros organizadores ou aqueles que ordenaram", disse a repórteres Vadim Prokhorov, advogado da filha do político falecido, após o veredito.
(Reportagem adicional de Maria Tsvetkova e Alexander Winning)