ERBIL/SULAIMANIYA, Iraque (Reuters) - Curdos votaram em larga escala num referendo sobre independência no norte do Iraque nesta segunda-feira, ignorando a pressão de Bagdá, ameaças da Turquia e do Irã e alertas internacionais de que a votação possa gerar mais conflitos regionais.
O referendo organizado por autoridades curdas deve ter como resultado uma ampla vantagem para o "sim" para a independência, mas o resultado não é de cumprimento obrigatório. A votação, no entanto, tem a intenção de dar a Masoud Barzani, que comanda o governo regional do Curdistão, mandato para negociar a separação da região produtora de petróleo.
O comparecimento entre os 5,2 milhões de eleitores elegíveis foi de 78 por cento, disse a emissora de TV curda, e a apuração de votos já começou. Os resultados devem sair em até 72 horas.
Os eleitores deveriam responder "sim" ou "não" à pergunta: "Você quer que a região Curda e as áreas curdas fora da Região Curda se tornem um país independente?"
Para os curdos iraquianos --parte do maior grupo étnico que ficou sem um Estado próprio com o colapso do Império Otomano há um século-- o referendo oferece uma chance histórica, apesar da intensa pressão internacional para que ele fosse cancelado.
"Já vimos pior, já vimos injustiça, assassinatos e bloqueios", disse Talat, que esperava para votar na capital regional de Erbil.