KINSHASA (Reuters) - Ao menos 14 homens e sete mulheres foram mortos durante a noite na cidade de Mayangose, no nordeste da República Democrática do Congo, por agressores armados de facões que, de modo incomum, pouparam os filhos das vítimas, disse um líder da sociedade civil nesta quarta-feira.
Militantes ugandenses do grupo Forças Democráticas Aliadas (FDA) que opera ao longo da fronteira com o Congo atacaram entre as 21h e 1h pelo horário local, disse Omar Kavota, um porta-voz da Sociedade Civil de Kivu do Norte, a partir da cidade vizinha de Beni.
"Eles surpreenderam os moradores do vilarejo enquanto dormiam em suas casas", contou Kavota. "Mataram 14 homens e sete mulheres, mas dessa vez pouparam as crianças pequenas".
Representantes do governo local não estavam imediatamente disponíveis para comentar.
Martin Kobler, chefe da missão de paz da ONU para o Congo (Monusco), disse em comunicado que dezenas de pessoas foram assassinadas no ataque.
Mais de uma década após o fim da guerra entre 1998 e 2003, dezenas de grupos armados ainda operam no leste do país, uma região com vastas reservas de ouro, estanho e tântalo. O FDA nunca trouxe a público suas motivações ou metas.
O ataque ocorreu dias depois de um tiroteio na cidade de Aru, 450 km ao norte de Beni, em que 15 pessoas morreram. Entre outubro e dezembro, quase 300 pessoas foram mortas, a maioria a golpes de facão e machado, durante ataques noturnos na região de Beni que o governo e a Monusco atribuem ao FDA.