PARIS (Reuters) - O chefe da agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) disse nesta quinta-feira que seus inspetores ainda não encontraram problemas com o Irã uma semana depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter se recusado a certificar que Teerã está cumprindo o acordo nuclear de 2015.
Em uma guinada política considerável, no dia 13 de outubro Trump alegou que o Irã não está obedecendo o pacto que firmou com potências mundiais e adotou uma abordagem mais agressiva com a República Islâmica devido às suas atividades de desenvolvimento de mísseis.
"Não tivemos tempo suficiente para ver (uma mudança) na atitude dos iranianos, mas eles são cautelosos e continuamos nossas atividades de controle e verificação sem quaisquer problemas", disse o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, depois de se reunir com o ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Yves Le Drian.
O acordo entre seis grandes potências e o Irã restringe o programa de enriquecimento de urânio de Teerã em troca da suspensão das sanções ao regime. A obediência a estas limitações, concebidas para ajudar a fazer com que o Irã não desenvolva a capacidade de produzir armas nucleares, está sendo verificado pela AIEA.
Amano, que antes se encontrou com o presidente da França, Emmanuel Macron, disse que Teerã também está concedendo à agência o acesso pleno a todas as instalações que precisa inspecionar.
Mais cedo Macron exortou a agência sediada em Viena a continuar a garantir o cumprimento rígido do acordo nuclear, uma mensagem ecoada por seu chanceler.
"Graças à AIEA, não temos nenhuma preocupação sobre isso. Ele (o acordo) está sendo implementado de forma transparente, e acreditamos que até agora o Irã cumpriu seus compromissos desde 2015", disse Le Drian.