Por Idrees Ali e Phil Stewart
WASHINGTON (Reuters) - Um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusar as lideranças militares do país de buscarem guerras para manter os fabricantes de armas satisfeitos, o general mais graduado do Exército norte-americano disse na terça-feira que os líderes das Forças Armadas só recomendam enviar tropas ao combate quando é do interesse da Segurança Nacional dos Estados Unidos ou em última instância.
Perguntado sobre as críticas de Trump sobre os líderes do Pentágono, o chefe do Estado Maior do Exército, general James McConville, se recusou a fazer um comentário direto, dizendo que os militares deveriam ficar fora da política, principalmente perto de uma eleição.
"Muitos destes líderes têm filhos e filhas que servem nas Forças Armadas, muitos destes líderes têm filhos e filhos que já estiveram em combate ou estão em combate agora", disse McConville, que foi indicado por Trump ao cargo, durante um fórum online organizado pela Defense One, uma organização de imprensa focada nas Forças Militares dos EUA.
"Eu posso garantir ao povo americano que os principais líderes só recomendam enviar nossas tropas para o combate quando isso é requisitado pela Segurança Nacional, e como último recurso. Levamos muito, muito a sério como fazemos nossas recomendações", disse McConville.
Trump cada vez mais tem enfrentado líderes do Pentágono por conta de uma série de questões após inicialmente oferecer cargos importantes para generais aposentados em seu governo.
Trump busca a reeleição no dia 3 de novembro e enfrentará o candidato democrata, Joe Biden.
Em uma entrevista coletiva na Casa Branca na segunda-feira, Trump criticou Biden, descrevendo-o como um defensor de "guerras sem fim" antes de voltar suas críticas aos líderes militares que ele mesmo indicou, dizendo que eles estão interessados em conflitos para satisfazer a indústria bélica militar.
(Reportagem adicional de Doina Chiacu)