Por Louis Charbonneau e Michelle Nichols
NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas disse nesta quarta-feira que começaria a trabalhar imediatamente em novas medidas significativas para responder ao quarto teste nuclear da Coreia do Norte, uma ameaça que segundo diplomatas pode significar uma ampliação das sanções da ONU contra Pyongyang.
A Coreia do Norte afirmou nesta quarta que testou com sucesso a miniatura de uma bomba nuclear de hidrogênio. Especialistas em armas atômicas colocaram em dúvida a capacidade do isolado país de chegar a tal avanço, mas o fato fez soar o alarme internacional mesmo assim.
"Os membros do Conselho de Segurança relembraram que eles haviam previamente manifestado a sua determinação de tomar ‘novas medidas significativas' no caso de um outro teste nuclear da Coreia do Norte", declarou à imprensa o embaixador uruguaio nas Nações Unidas, Elbio Rosseli, presidente do conselho neste mês.
"Em linha com esse compromisso e com a gravidade da violação, os membros do Conselho de Segurança vão começar a trabalhar imediatamente essas medidas numa nova resolução do Conselho de Segurança", disse ele, chamando o teste de "uma clara violação das resoluções do Conselho de Segurança".
Roselli falou depois de uma reunião de emergência do Conselho requisitada pelos Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, chamou nesta quarta-feira o quarto teste nuclear da Coreia do Norte de "profundamente preocupante" e "profundamente desestabilizador para a segurança regional".
"Esse teste mais uma vez viola várias resoluções do Conselho de Segurança, apesar do chamado unido da comunidade internacional para a interrupção dessas atividades", declarou o secretário-geral, um ex-ministro do Exterior da Coreia do Sul, a jornalistas.
O ministro do Exterior do Japão, Fumio Kishida, afirmou em entrevista: "Planejamos trabalhar com outros países para que uma resolução de conteúdo forte possa ser adotada pelo Conselho de Segurança o mais rápido possível."
O Japão é membro do conselho pelos próximos dois anos.
O embaixador russo nas Nações Unidas, Vitaly Churkin, disse em entrevista que Moscou estava pedindo "cabeças frias" e uma "resposta proporcional" ao teste nuclear.
Vários diplomatas ocidentais afirmaram que se o teste nuclear norte-coreano for confirmado, os EUA, membros europeus do Conselho e o Japão buscariam ampliar as sanções das Nações Unidas existentes contra Pyongyang.
A Coreia do Norte está sob sanções das Nações Unidas devido ao seu programa de armas nucleares desde o seu primeiro teste com um dispositivo atômico em 2006.