DUBAI (Reuters) - A Arábia Saudita anunciou nesta segunda-feira que cinemas públicos serão permitidos no reino conservador pela primeira vez em mais de 35 anos, e que os primeiros devem abrir em março de 2018.
Os cinemas foram proibidos devido à pressão de islâmicos no início dos anos 1980, quando a sociedade se voltava para uma forma restritiva de religião que desestimulava o entretenimento público e muitas formas de interação entre homens e mulheres.
O governo está amenizando muitas destas restrições em meio às reformas lideradas pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, de 32 anos, e também planeja anular a proibição que impede as mulheres de dirigirem no ano que vem. Riad diz que a economia, abalada pelos preços baixos do petróleo, se beneficiará do crescimento da indústria de entretenimento.
"Abrir cinemas funcionará como um catalisador para o crescimento e a diversificação econômicos", disse o ministro da Cultura e da Informação, Awwad bin Saleh Alawwad. "Ao desenvolver o setor cultural mais abrangente, criaremos novos empregos e oportunidades de treinamento, além de enriquecer as opções de entretenimento do reino."
Até 2030, a Arábia Saudita espera inaugurar 300 cinemas com mais de duas mil telas, informou um comunicado do governo, prevendo que a indústria cinematográfica contribuirá com o equivalente a mais de 24 bilhões de dólares para a economia e criará 30 mil empregos permanentes.
Acredita-se que operadores de redes de cinema regionais já estão estudando entrar na Arábia Saudita, segundo fontes da indústria.
Uma comissão presidida por Alawwad anunciará detalhes sobre licenciamentos e regulamentos ao longo das próximas semanas, disse Riad. (Por Sami Aboudi e Andrew Torchia) OLBRENT Reuters Brazil Online Report Entertainment News 20171211T143052+0000