Por Stephen Kalin e Rania El Gamal
RIAD/DUBAI (Reuters) - A Arábia Saudita informou que drones carregados de explosivos atingiram unidades de extração de petróleo na região de Riad nesta terça-feira, no que o governo chamou de ato de terrorismo, dois dias após navios petroleiros sauditas serem sabotados na costa dos Emirados Árabes Unidos.
O ministro da Energia do maior exportador de petróleo do mundo, Khalid al-Falih, disse que um ataque a duas unidades não interrompeu a produção da commodity nem a exportação de petróleo ou produtos derivados.
O ministro afirmou, em comentários televisionados pela mídia estatal, que os dois ataques recentes ameaçaram o abastecimento global de petróleo e comprovaram a necessidade de combater "grupos terroristas por trás desses atos tão destrutivos", incluindo a milícia Houthi, apoiada pelo Irã no Iêmen.
Administrada pelos houthis, a Masirah TV citou uma autoridade militar nesta terça-feira dizendo que os houthis haviam lançado ataques com drones em "instalações sauditas vitais". Uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita combate os houthis no Iêmen há quatro anos.
O ataque desta terça-feira e a operação contra embarcações comerciais ao longo da costa dos Emirados Árabes Unidos ocorreram no domingo, à medida que os Estados Unidos e o Irã trocavam farpas sobre as sanções e a presença militar dos EUA na região.
Os Emirados Árabes Unidos não revelaram detalhes sobre a natureza do ataque a navios próximo de Fujairah, região vizinha ao Estreito de Ormuz, nem culparam qualquer parte ou país.
O Irã foi um dos principais suspeitos de sabotagem no domingo, apesar de Washington não ter provas conclusivas, disse um funcionário norte-americano familiarizado com a inteligência dos EUA na segunda-feira.
O Irã negou envolvimento e descreveu o ataque aos quatro navios comerciais como "preocupante e terrível". O país pediu uma investigação.
O embaixador dos EUA na Arábia Saudita disse que Washington deveria aceitar o que chamou de "respostas razoáveis após a guerra", após determinarem quem estava por trás dos ataques perto de Fujairah.
"Precisamos fazer uma investigação completa para entender o que aconteceu, por que isso aconteceu e, em seguida, chegar a respostas razoáveis após a guerra", disse o embaixador John Abizaid a repórteres na capital saudita em comentários publicados nesta terça-feira.
"Não é de interesse (do Irã), não é do nosso interesse, não é do interesse da Arábia Saudita ter um conflito."
((Tradução Redação Rio de Janeiro, +5521 2223 7141))
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