Por Nicolás Misculin
BUENOS AIRES (Reuters) - Sindicatos argentinos parecem querer pressionar o governo ao realizarem passeatas e ameaçarem greves antes das eleições parlamentares de outubro no país, disse o ministro do Interior, Rogelio Frigerio, nesta segunda-feira.
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, assumiu o poder há 15 meses prometendo reconquistar a confiança dos investidores e estimular a economia, depois de uma década de populismo e gastos. Até a semana passada, os sindicatos sinalizavam paciência em relação ao programa para cortar custos trabalhistas, taxas de juros e déficit fiscal.
Milhares de trabalhadores realizaram um piquete em 7 de março para protestar contra cortes de empregos e salários que não acompanham a inflação, que ficou em cerca de 40 por cento em 2016. Importantes sindicatos ameaçam com greve.
"É possível suspeitar que isso é ligado ao fato de que este é um ano eleitoral”, disse Frigerio aos jornalistas. Temas trabalhistas serão resolvidos com negociações, e não com greves, segundo ele.
"Nós tivemos um primeiro ano muito duro na elaboração das políticas e sentimos que tivemos o apoio das grandes organizações sindicais”, acrescentou. “Você tem que se perguntar por que eles estavam conosco durante os meses mais duros e agora eles estão ameaçando com greves e passeatas.”