Por Parisa Hafezi e Brian Homewood
(Reuters) - Uma associação global que representa 85 mil atletas pediu, nesta terça-feira, a expulsão do Irã do esporte mundial se o país executar o campeão de luta greco-romana Navid Afkari, cujo caso provocou revolta internacional.
O lutador de 27 anos enfrenta duas penas de morte desde que foi condenado por matar um segurança a facadas e por outras acusações ligadas a protestos antigoverno em 2018, de acordo com a mídia estatal.
"O ato horroroso de executar um atleta só pode ser considerado um repúdio aos valores humanitários que sustentam o esporte", disse Brendan Schwab, diretor da Associação Mundial de Atletas (AMA), em um comunicado.
"Em resultado, o Irã deve perder o direito de ser parte da comunidade universal do esporte".
Afkari disse que foi torturado para fazer uma confissão falsa, de acordo com familiares e ativistas, e seu advogado diz não haver prova de sua culpa.
O Judiciário iraniano negou as alegações de tortura.
"Com base em indícios claros, Afkari matou um homem inocente a facadas. Ele confessou ao tribunal. O tribunal emitiu a pena de morte com base em indícios fortes, e a Suprema Corte manteve a pena de morte", disse o Judiciário em um comunicado divulgado pela mídia iraniana na semana passada.
Grupos de direitos humanos e autoridades estrangeiras, inclusive o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, clamaram por um indulto, e nas redes sociais circula uma campanha a favor do atleta com a hashtag #SaveNavidAfkari.
(Por Parisa Hafezi e Brian Homewood)