Por Aaron Maasho
ADDIS ABABA (Reuters) - Seis suspeitos estão sendo investigados na Etiópia após um ataque com granada neste sábado, durante um comício que matou uma pessoa e deixou centenas de feridos, afirmou a polícia.
O ataque foi lançado momentos depois do premiê, Abiy Ahmed, um ex-militar que assumiu o governo em abril, ter terminado um discurso a dezenas de milhares de pessoas reunidas no centro da capital etíope, Addis Ababa.
Uma testemunha viu Abiy sendo retirado por seguranças e outra testemunha disse à Reuters que o agressor com a granada foi detido no chão pela polícia antes dela explodir.
"Seis suspeitos estão sendo investigados por envolvimento no ataque", disse a Comissão Federal de Polícia em comunicado.
O ministro da Saúde, Amir Aman, afirmou no Twitter que às 18h (horário local) uma pessoa foi morta e 156 ficaram feridas, das quais nove gravemente.
A TV estatal afirmou que Abiy e seu vice, Demeke Mekonnen, visitaram o hospital Black Lion, para onde 86 feridos foram levados.
Em discurso televisionado pouco depois da explosão e ainda vestindo uma camiseta verde que recebeu no comício, Abiy afirmou que o ataque foi promovido por "forças que não querem ver a Etiópia unida".
Abiy prometeu à multidão que acompanhava seu discurso na praça Meskel que vai trazer mais transparência ao governo e reconciliação ao país de 100 milhões de habitantes e que tem sido devastado por confrontos desde 2015.
A Eritréia, que trava uma disputa territorial com a Etiópia que Abiy disse que vai resolver, condenou o incidente, assim como a União Europeia e os Estados Unidos.
Abiy assumiu o governo depois que seu antecessor, Hailemariam Desalegn, renunciou em fevereiro após protestos nos quais centenas de pessoas foram mortas entre 2015 e 2017.
O organizador do comício, Seyoum Teshome, afirmou à Reuters que ele viu cinco pessoas feridas na explosão. "Foi uma granada. Alguém tentou atirá-la no palco onde o premiê estava", disse Seyoum.
Além de reformas econômicas, Abiy surpreendeu os etíopes neste mês ao afirmar que estava pronto para implementar totalmente um acordo de paz com a Eritréia que foi assinado em 2000, após uma guerra de 2 anos. Por anos, a Etiópia vinha recusando assinar o acordo, afirmando que precisava de mais negociações.
Sob o acordo de 2000, a Etiópia tem que ceder à Eritréia a cidade fronteiriça de Badme. Mas veteranos de guerra em Badme e grupos étnicos na região são contrários ao acordo de paz.