Por Abdi Sheikh e Feisal Omar
MOGADÍSCIO (Reuters) - Militantes islâmicos do grupo Al Shabaab atacaram um edifício governamental que abriga dois ministérios na capital da Somália nesta terça-feira, desencadeando duas grandes explosões antes de homens armados invadirem o local e matando pelo menos 10 pessoas, disseram os rebeldes e a polícia.
Os combates ainda ocorriam nos arredores do prédio, onde estão os Ministérios da Educação Superior e do Petróleo e Minerais.
Trata-se da mais recente de uma série de incursões em Mogadíscio do Al Shabaab, que quer derrubar o governo somali apoiado pelo Ocidente e impor sua própria versão radical da lei islâmica.
O grupo também atacou um campus universitário no vizinho Quênia este mês, matando 148 pessoas, a maioria cristãs.
"Primeiro aconteceram duas explosões, uma em uma bicicleta e outra em um carro, fora do prédio, depois combatentes armados entraram", disse o major Ali Nur, um oficial da polícia, à Reuters.
Cerca de uma hora e meia após as detonações, a polícia afirmou ter assumido o controle da instalação.
O porta-voz das operações militares do Al Shabaab, Sheikh Abdiasis Abu, confirmou que o grupo está por trás do atentado.
Já o porta-voz do governo, Ridwaan Haji, declarou em sua conta no Twitter que 10 pessoas foram mortas no ataque, sendo dois soldados e oito civis. Ele disse que sete militantes também foram mortos.
O coronel de polícia Hussein Ibrahim afirmou que um dos soldados era da força de paz da União Africana (UA), que vem conduzindo uma campanha militar contra o Al Shabaab com tropas somalis e que também protege grandes edifícios e instalações governamentais.
"Agora a luta terminou e o prédio está seguro", disse Ibrahim.
O porta-voz do governo não pôde confirmar de imediato a morte do militar da UA.
O Al Shabaab, que chegou a dominar boa parte da Somália, perdeu o controle de Mogadíscio em 2011 e vem sendo expulso de seus bastiões remanescentes pela ofensiva conjunta entre a UA e os militares somalis lançada no ano passado.
Apesar de ter perdido grandes porções de território, o grupo tem mostrado repetidamente que consegue atingir alvos somalis e ainda cruzar a fronteira para o Quênia, que diz querer punir por enviar tropas à Somália como parte da força da União Africana.