MOSCOU (Reuters) - Um dos maiores grupos de direitos humanos da Rússia disse nesta quarta-feira que um de seus escritórios no sul do país foi gravemente danificado por um ataque incendiário durante a noite, em um incidente que disse fazer parte de uma campanha para expulsá-lo da região.
Imagens do escritório do grupo Memorial, localizado em Nazran, cidade russa da região de Ingushetia, que faz fronteira com a Chechênia, mostraram o interior do escritório queimado, repleto de escombros danificados pelo fogo.
O grupo está sob pressão na região de maioria muçulmana de Cáucaso do Norte, depois que a polícia da Chechênia deteve o chefe de seu escritório neste mês e o acusou de posse de grande quantidade de maconha, crime que prevê pena de até 10 anos de prisão.
Preocupações sobre o caso do ativista detido, Oyub Titiev, que escreveu ao presidente russo, Vladimir Putin, dizendo que foi incriminado injustamente e que a polícia implantou as drogas em seu carro, fizeram com que os Estados Unidos e a Europa pedissem sua liberação.
O grupo de direitos humanos irritou autoridades na Chechênia ao reportar desaparecimentos, tortura, e o uso de incêndios como forma de punição. A predecessora de Titiev, Natalia Estemirova, foi sequestrada e morta a tiros em 2009.
O líder da Chechênia, Ramzan Kadyrov, disse que alegações de que autoridades usam violência de maneira ilegal são falsas e inventadas para conseguir apoio estrangeiro.
(Reportagem de Andrew Osborn)