Por Rich McKay
(Reuters) - Um supremacista branco se declarou culpado nesta segunda-feira de assassinato em primeiro grau e outras acusações estaduais pelo atentado a tiros em maio que matou 10 pessoas em um supermercado em um bairro predominantemente negro de Buffalo, no Estado norte-americano de Nova York, disseram promotores.
Em uma audiência no tribunal do condado de Erie, Payton Gendron, de 19 anos, se declarou culpado de várias acusações relacionadas ao tiroteio, incluindo uma acusação de terrorismo doméstico motivado por ódio.
Gendron foi acusado de realizar o ataque, que também feriu outras três pessoas, com a intenção de matar o máximo de afro-americanos que pudesse.
“Foi estabelecido, sem sombra de dúvida, que ele tinha esse motivo horrível, que em pouco mais de dois minutos ele assassinou tantos afro-americanos quanto pôde", disse o promotor distrital do condado de Erie, John Flynn, em entrevista coletiva após a declaração. "A justiça foi feita hoje."
Gendron, que tinha 18 anos na época do ataque, inicialmente se declarou inocente depois que um grande júri retomou a acusação em junho.
Ele enfrenta uma sentença obrigatória de prisão perpétua sem liberdade condicional apenas pela acusação de terrorismo doméstico. Nova York não tem pena de morte. A sentença está marcada para 15 de fevereiro, de acordo com relatos da mídia.
Gendron foi o primeiro réu em Nova York a ser indiciado por um ato doméstico de terrorismo motivado por ódio em primeiro grau.
Ele dirigiu três horas de sua casa perto de Binghamton, Nova York, até o Tops Friendly Markets, em Buffalo, depois de planejar o ataque por semanas, disseram as autoridades. Ele estava procurando um local público em uma área mais habitadas por cidadãos negros.
No supermercado, ele atirou em 13 pessoas com um fuzil semiautomático tipo assalto. Onze das vítimas eram negras.
A polícia diz que ele deixou um manifesto racista online antes do ataque e transmitiu o tiroteio ao vivo nas redes sociais.
(Reportagem de Rich McKay em Atlanta)