Por Lisa Lambert
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na quinta-feira que seu adversário democrata nas eleições de novembro, Joe Biden, é “contra Deus”, apesar de Biden frequentemente discutir como sua fé católica guiou suas ações como autoridade pública.
Com Trump, que é republicano, atrás de Biden em quatro pesquisas recentes em Ohio, o presidente briga por votos no tradicional Estado pêndulo, com o coronavírus ameaçando suas chances de conseguir um segundo mandato. Após falar a um pequeno público no aeroporto de Cleveland, na quinta-feira, Trump deu um discurso com tom de campanha em uma fábrica da Whirpool, em Clyde, Ohio.
“Ele está seguindo a agenda da esquerda radical: tomar nossas armas, destruir a Segunda Emenda, sem religião, sem nada, machucar a bíblia, machucar Deus”, disse Trump, sobre Biden, em seu discurso em Cleveland. “Ele é contra Deus.”
A Segunda Emenda da Constituição dos Estados Unidos dá aos norte-americanos o direito de portar armas.
Trump não explicou o que quis dizer. Sua acusação, no entanto, pode solidificar o apoio do grande bloco cristão do seu partido e também danificar a imagem que os eleitores têm de Biden, o primeiro vice-presidente católico na história dos Estados Unidos.
John Kennedy foi o primeiro e único católico eleito presidente, em 1960.
Em um comunicado na noite de quinta-feira, Biden disse que o ataque de Trump era “vergonhoso” e que a fé foi a pedra angular de sua vida.
“Os comentários do presidente Trump revelam mais sobre ele do que sobre qualquer outra pessoa. Mostram um homem disposto a qualquer golpe baixo por vantagens políticas e alguém cujas ações são completamente dissonantes dos valores e ensinamentos nos quais ele declara acreditar”, disse Biden.
Mais de três quartos dos norte-americanos são cristãos ou praticam outra religião, segundo o Centro de Pesquisas Pew. Trump vem sendo prejudicado politicamente pela sua resposta à pandemia de coronavírus que recentemente tem matado mais de 1.000 norte-americanos por dia.
Embora fale muito pouco sobre sua própria fé presbiteriana, e raramente vá à igreja, Trump trabalha em proximidade com cristãos evangélicos e coloca suas causas de restringir o aborto e preservar o porte de armas no topo da sua agenda política.