Por Jon Herskovitz
PFLUGERVILLE, Texas (Reuters) - O autor dos ataques com bombas que aterrorizaram por semanas a cidade de Austin, no Estado norte-americano do Texas, deixou um vídeo de 25 minutos com uma "confissão" em um celular encontrado depois que ele se explodiu quando policiais se aproximavam para prendê-lo na quarta-feira, informou a polícia.
Mark Conditt, jovem desempregado de 23 anos de Pflugerville, detalhou como fez todas as sete bombas de que se tem conhecimento -- cinco que explodiram, uma recuperada antes de detonar e uma sétima que ele detonou quando policiais perseguiam seu veículo na madrugada da quarta.
Mas o vídeo não forneceu um motivo coerente para os ataques, que ocorreram ao longo das últimas três semanas, disse a polícia.
"Ele não menciona absolutamente nada sobre terrorismo, nem menciona nada sobre ódio, na verdade é o desabafo de um jovem muito aflito, falando dos desafios de sua vida pessoal", disse o chefe de polícia de Austin, Brian Manley, a repórteres. "Eu classificaria como uma confissão".
Conditt, que nunca tinha tido problemas com a lei, matou duas pessoas e feriu cinco durante um surto de violência que começou em 2 de março, segundo as autoridades.
Baseadas em buscas na casa do suspeito e em sua declaração em vídeo, as autoridades disseram crer que não existem outras bombas e que o público está a salvo de novas agressões.
O agente especial do FBI Christopher Combs disse que investigadores acreditam que o suspeito teria continuado com os ataques se não tivesse sido localizado.
A polícia recuperou uma "lista de alvos" com endereços de futuros ataques com bomba, noticiou o jornal Los Angeles Times, citando o deputado republicano Michael McCaul, do Texas, presidente do Comitê de Segurança Interna da Câmara dos Deputados.
Mesmo assim, o vídeo não dá explicações a respeitos dos indivíduos e endereços escolhidos como alvos das bombas que foram plantadas ou enviadas, disse Manley.
Anteriormente a polícia disse ter cogitado a possibilidade de os ataques terem motivação racista, notando que as primeiras vítimas, incluindo as duas que morreram, eram afro-norte-americanas ou hispânicas.
Conditt provavelmente gravou o vídeo entre as 9h e as 11h da terça-feira. Segundo Manley, Conditt disse acreditar que a polícia "estava chegando muito perto dele".