BUENOS AIRES (Reuters) - O governo argentino criticou neste sábado a decisão de um procurador de endossar e investigar uma denúncia de seu colega Alberto Nisman, que foi encontrado morto no mês passado após acusar a presidente Cristina Fernandez de uma suposta tentativa de tentar encobrir o suposto papel do Irã num trágico atentado antissemita de 1994.
O promotor Gerardo Pollicita disse na sexta-feira que enviou uma carta ao juiz encarregado do caso, que considerou que não havia nenhuma evidência razoável para tentar verificar o complô governamental que, além da presidente, envolveria seu chanceler e um legislador.
"Eles não conseguiram sustentar nada (...) Neste caso, mesmo nenhum pedido de investigação, porque não existem elementos para isso", disse a uma rádio local o secretário-geral da Presidência, Aníbal Fernández, que não é parente da presidente.
Pollicita disse num documento judicial de 61 páginas apresentado na sexta-feira que tinha visto provas suficientes para prosseguir com as acusações de acobertamento.
A nomeação Pollicita para cuidar do assunto garante que a investigação continuará, depois que o promotor Alberto Nisman foi encontrado morto em seu apartamento em 18 de janeiro.
Nisman morreu um dia antes de apresentar ao Congresso Nacional suas alegações de que Cristina teria tentado acobertar os envolvidos no ataque contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em Buenos Aires.
(Reportagem de Maximiliano Rizzi)