Por Anastasia Moloney
BOGOTÁ (Thomson Reuters Foundation) - O presidente eleito da Colômbia, Iván Duque, prometeu intensificar os esforços para combater o tráfico sexual na cidade turística de Cartagena após a prisão de 18 pessoas acusadas de explorar sexualmente de mais de 250 mulheres e meninas.
Entre os detidos no final de semana estão estrangeiros, donos de hotel, policiais e uma colombiana conhecida como "Madame", que as autoridades dizem comandar um quadrilha de tráfico sexual.
As acusações incluem recrutar e vender meninas de 14 a 17 anos para o comércio sexual em Cartagena e no exterior e forçá-las e fazer sexo com locais e turistas.
Cartagena, localizada no litoral caribenho do país, atrai centenas de milhares de turistas estrangeiros que visitam suas fortificações e praças da era colonial todos os anos.
Mas a operação de três dias, que terminou no domingo, também expôs o abuso sexual infantil generalizado.
"Não permitiremos que Cartagena se transforme em um destino de turismo sexual", escreveu Duque no Twitter na segunda-feira, prometendo "atacar o tráfico humano e a exploração de mulheres em nossas cidades e destinos turísticos".
Em outros tuítes, Duque, que toma posse em 7 de agosto, disse que aqueles que forem condenados deverima receber as maiores penas de prisão possíveis – até 40 anos – para ajudar a impedir a recorrência de tais crimes "atrozes".
Durante os seis meses que antecederam a operação, policiais e procuradores reuniram provas usando câmeras ocultas em áreas turísticas como hotéis, praças e ruas.
Foi uma das maiores operações de combate ao tráfico sexual infantil e à prostituição forçada em Cartagena, disseram autoridades.
Em um comunicado, a Procuradoria-Geral descreveu as vítimas como "verdadeiras escravas do século 21".
"Madame" é acusada de traficar mulheres jovens e meninas ao exterior, em particular ilhas caribenhas próximas, segundo a Procuradoria-Geral.
Os traficantes visavam mulheres e meninas que moram nas favelas de Cartagena prometendo-lhes empregos e se oferecendo para lhes obter passaportes e vistos.
"Quando as vítimas chegavam ao país no qual esperavam trabalhar, deparavam-se com uma realidade muito diferente", disse a Procuradoria-Geral. "Elas eram privadas de seus documentos, presas e exploradas sexualmente".